SA13.2 - INTERSECCIONALIADE, DIREITOS HUMANOS: O RACISMO NA SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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42240 - MORTALIDADE POR TRANSTORNOS FALCIFORMES E INFLUÊNCIAS DO RACISMO E CONDIÇÕES SOCIAIS NO BRASIL. JÉSSICA BARBOSA DE SOUZA - . INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE., FABÍOLA GIORDANI - DEPARTAMENTO DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA EM FONOAUDIOLOGIA. INSTITUTO DE SAÚDE DE NOVA FRIBURGO. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE.
Apresentação/Introdução A cor da pele/raça é fator importante relacionado às desigualdades de acesso à saúde no Brasil. Soma-se a isso o fato de existir patologias com forte determinação genética, como a anemia falciforme que se manifesta singularmente na população negra. Às dificuldades de acesso desta população aos serviços de saúde produz evoluções e prognósticos inferiores comparados à população branca.
Objetivos Identificar o impacto da raça/cor da pele no perfil de mortalidade por transtornos falciformes no Brasil.
Metodologia Trata-se de um estudo ecológico com dados secundários referentes aos óbitos por transtornos falciformes no Brasil, no período de 2000 a 2019, registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Foram incluídos óbitos selecionados por códigos da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10): D57.0 (anemia falciforme com crise), D57.1 (anemia falciforme sem crise), D57.2 (transtornos falciformes heterozigóticos duplos) ou D57.8 (outros transtornos falciformes). Os óbitos foram descritos segundo categorias de cor da pele (branco, não branco) e avaliados ao longo do tempo de acordo com característica sociodemográficas.
Resultados Foram identificados 10531 óbitos por transtornos falciformes no Brasil de 2000 a 2019, como uma tendência de aumento dos registros ao longo do tempo. Essa tendência de aumento é independente do sexo ou faixa etária, entretanto, quando analisada em relação à cor da pele, observa-se que entre os brancos na faixa etária até 19 anos tem uma tendência de declínio dos casos, o que não ocorre entre os não brancos. O perfil de óbitos ao longo do tempo tende a acometer indivíduos mais idosos, o que é mais evidente entre os brancos.
Conclusões/Considerações Ocorreu um aumento no registro de óbitos por transtornos falciformes no Brasil no período analisado, entretanto esse aumento não é homogêneo entre brancos e não brancos, e ainda revel um perfil de mortalidade mais precoce entre os não brancos ao longo do tempo.
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