Sessão Assíncrona


SA13.2 - INTERSECCIONALIADE, DIREITOS HUMANOS: O RACISMO NA SAÚDE (TODOS OS DIAS)

41624 - MULHERES NEGRAS EM TRAJETÓRIAS DE DESINSTITUCIONALIZAÇÃO, UMA PERSPECTIVA INTERSECCIONAL
PRISCILA COIMBRA ROCHA - UFBA


Apresentação/Introdução
Trajetórias de mulheres negras loucas devem ser teorizadas, pois dizem de processos individuais e coletivos, de como se organizam sistemas de poder que operacionalizam opressões, ao classificarem e hierarquizarem grupos sociais, e de como estes determinam quem são as pessoas, que, marcadas em seus grupos, são elegíveis para tipificações de morte, encarceramento e adoecimento, inclusive o mental.

Objetivos
Analisar em perspectiva interseccional como mulheres negras com narrativas de adoecimento e experiências de sofrimento psíquico constroem trajetórias de desinstitucionalização em saúde mental

Metodologia
Pesquisa de abordagem qualitativa de inspiração etnográfica realizada entre 2015/16 e 2020/21 com mulheres negras que vivenciam processos de adoecimento mental, e pessoas que venham a falar dessas experiências, atendidas em serviços de saúde mental de Salvador – BA. Amostra intencional, a partir da técnica de seleção bola de neve. Interseccionalidade tomada como perspectiva teórica e metodológica, orientada a partir da teoria e método feminista e do feminismo negro. Utilizada abordagem intracategorial, entrevistas narrativas, em perspectiva biográfica, para conhecer as experiências de vida concretas das mulheres em contextos. Interpretação feita a partir da análise de entrevistas narrativas.

Resultados
As trajetórias das mulheres negras desta pequisa tem semelhanças quanto aos efeitos: coletivos do racismo estrutural e individuais do trauma colonial. Observou-se o racismo estruturando a vida destas, com implicações psíquicas sobre suas histórias, interseccionalizadas em raça e gênero por processos de racismo genderizado. Observou-se também a herança do trauma colonial, nas similaridades e particularidades quando das suas possibilidades quanto à: vida em família, suas infâncias, acesso à educação e ao trabalho formal, formas de maternar, dificuldade de nomear o racismo, vitimizando e silenciando-as, para quais olhar psiquiatrizado foi lançado a produzir cabimento e algum cuidado

Conclusões/Considerações
Preciso é radicalizar o cuidado informado por matrizes interseccionais que considerem raça e gênero marcadores sociais da diferença que determinam as formas de viver, para perceber como o racismo genderizado atravessa as trajetórias de vidas de mulheres negras, com violência, moldando histórias de sofrimento psíquico e adoecimento mental. Vez racializado apontar a equidade na produção de cuidado em saúde mental