Sessão Assíncrona


SA13.2 - INTERSECCIONALIADE, DIREITOS HUMANOS: O RACISMO NA SAÚDE (TODOS OS DIAS)

41415 - O ACESSO DAS MULHERES NEGRAS AOS SERVIÇOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
MARCELIA ALVES DE SOUZA MARTINS - SMS RJ, ANA PAULA DA SILVA ESTEVÃO - SMS RJ, ANDRIS CARDOSO TIBURCIO - SMS RJ, MARTA DA SILVA RIBEIRO - SMS RJ


Apresentação/Introdução



Esta pesquisa procurará observar a saúde das mulheres negras sob o prisma étnico-racial ,compreendendo o racismo como um determinante social que pode intervir diretamente no processo saúde-doença. As formas como as relações raciais estão conformadas no Brasil tornam a população negra mais vulnerável e tendem a dificultar seu acesso aos serviços de saúde.



Objetivos
Descrever a percepção das mulheres negras sobre o acesso ao serviços de saúde na APS, as potencialidades e barreiras apreendidas e sobre a interferência no quesito raça-cor no atendimento recebido.



Metodologia
A pesquisa de campo foi realizada por meio da realização de entrevistas, com roteiro semiestruturado, para capturar as percepções dessas usuárias, sobre o acesso e o cuidado ofertado na CF. O roteiro abordou os seguintes tópicos: identidade étnico racial, perfil sociodemográfico, acessibilidade geográfica, com enfoque no efeito da distância sobre a frequência no serviço de saúde, condições e necessidades em saúde, percepção acerca do serviço de saúde e a relação com os profissionais (expectativas das usuárias) e a percepção em relação a influência do quesito raça/cor no atendimento recebido.



Resultados
Com relação a percepção das mulheres negras sobre a interferência do quesito raça/cor e de manifestações de racismo na unidade de saúde, as usuárias entrevistadas trazem narrativas em que estão presentes a discriminação racial e o racismo institucional,desconheciam o conceito e o significado material do racismo, declararam nunca ter vivido ou presenciado discriminação racial, de uma forma direta. Identificou-se o quanto o racismo institucional se expressa nas entrelinhas dos depoimentos. Ele não se dá de forma visível, está sutilmente enraizado no âmago das instituições e nas relações sociais. A visão de que há preconceito de classe e não de cor também esteve presente nas falas das entrevistadas.



Conclusões/Considerações
A forma sutil como as situações ocorrem, indicam racismo institucional, de tal forma que permanece sob um viés implícito.Nesse sentido, a construção de políticas públicas de saúde voltadas à população negra devem se fundamentar nos princípios básicos de combate à discriminação racial, refletindo na redução das desigualdades sociais, bem como a inserção do tema racismo nas discussões dos serviços de saúde.