SA13.2 - INTERSECCIONALIADE, DIREITOS HUMANOS: O RACISMO NA SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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40314 - IMPACTO DO RACISMO ESTRUTURAL E INTERNALIZADO NO ACESSO À SAÚDE, COMPORTAMENTO SEXUAL, PERCEPÇÃO DE RISCO E VULNERABILIDADE AO HIV DE MINORIAS SEXUAIS E DE GÊNERO NEGRAS LUCILENE ARAUJO DE FREITAS - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, THIAGO SILVA TORRES - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, NILO MARTINEZ FERNANDES - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, DANIEL RODRIGUES BARROS BEZERRA - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, THAYLLA VIANNA MACEDO - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, ANDERSON DOS SANTOS ALVES DE ABREU - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, OLGA CALDAS DE OLIVEIRA E SILVA - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, PAULA MENDES LUZ - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Período de Realização Estudo qualitativo composto de quatro grupos focais realizados entre outubro 2021 e março de 2022.
Objeto da experiência Vivências da coleta de dados através de grupos focais abordando tópicos como racismo, discriminação e vulnerabilidade ao HIV entre MSG negras.
Objetivos Entender o impacto do racismo e da discriminação no acesso à saúde, comportamento sexual e vulnerabilidade ao HIV entre MSG negras com especial atenção às particularidades vividas por quatro grupos: 1) homens cisgêneros que fazem sexo com homens, 2) mulheres trans, 3) travestis, e 4) homens trans.
Metodologia MSG negras contatadas em serviços de atenção e prevenção ao HIV foram convidadas a participar de quatro grupos focais com até 10 participantes cada. As atividades foram conduzidas no INI/FIOCRUZ. O roteiro temático foi constituído de questões relacionadas às experiências discriminatórias percebidas no cotidiano adaptado para cada grupo com intuito de alcançar suas particularidades. A duração média foi de 2 horas, sendo gravado em áudio e com registro de notas realizados pela equipe.
Resultados Houve um grande engajamento dos participantes, pois o tema focal, o racismo e a discriminação, foram experiências vividas e sentidas por todo(a/e)s. Foram compartilhadas vivências de racismo e de discriminações múltiplas em diferentes contextos. Os grupos focais foram momentos de troca, acolhimento e profundas reflexões. Expuseram que atividades como estas deveriam ocorrer com frequência por propiciar centralidade no debate, poder de agência e fortalecimento para enfrentamento das opressões vividas.
Análise Crítica A escassez de recursos para o financiamento de políticas e programas voltados para combate ao racismo, e formas correlatas de intolerância, como homofobia e transfobia, assim como, a ausência da garantia de serviços específicos às necessidades da população MSG assumem protagonismo como barreira no acesso à saúde. Ainda, a produção científica que reconheça a influência de iniquidades étnico-raciais na saúde da população negra no processo saúde-doença e em fatores determinantes de saúde é limitada.
Conclusões e/ou Recomendações Aprofundar o tema discriminação e saúde é essencial para o desenvolvimento de estratégias eficazes de saúde pública para melhoria da qualidade de vida das populações MSG. Técnicas como grupo focal permitem a obtenção de informações que podem subsidiar ações, políticas, produção de conhecimento científico, processos de informação, comunicação e educação em saúde voltados para as especificidades das populações mais vulneráveis ao HIV.
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