Sessão Assíncrona


SA13.2 - INTERSECCIONALIADE, DIREITOS HUMANOS: O RACISMO NA SAÚDE (TODOS OS DIAS)

40294 - REFLEXÕES SOBRE COLETA DO QUESITO RAÇA/COR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UM CENTRO DE VACINAÇÃO DURANTE CAMPANHA DE VACINA CONTRA A COVID-19.
THAISE DA SILVA NASCIMENTO - UEFS, TATIANE SANTOS PIRES - UCSAL


Período de Realização
Estudo realizado em agosto de 2021, durante a campanha de vacina contra a covid-19 em Camaçari-BA.

Objeto da experiência
O trabalho analisou como o quesito raça/cor em formulários de saúde deve ser uma temática discutida no enfretamento de determinantes raciais em saúde

Objetivos

• Analisar através da observação direta dos profissionais de atendimento na vacinação como os usuários reagem sobre o quesito raça/cor.
• Compreender se há influência nos atendimentos, de acordo com este recorte racial.


Metodologia
Foram entrevistados 482 usuários, dividas em 05 salas distintas entre os turnos matutino e vespertino. Junto a equipe de profissionais de saúde, foi implementada uma planilha de atendimento no Excel para contabilizar dados e imunizantes aplicados, onde havia perguntas sobre: Nome, idade, documento de identificação e o quesito raça/cor. Assim, ao entrar na sala do atendimento o profissional solicitava os documentos e questionava acerca do campo racial.

Resultados
Com os dados coletados foi possível observar e interpretar que: quanto maior a idade, maior a dificuldade em se autodeclarar com sua raça/cor, a maioria sente um incomodo e questionam o motivo da pergunta. Entretanto, a porcentagem entre as pessoas menores de trinta anos, demostram o orgulho em autoafirmação de pretos e pardos. Por exemplo, na sala um, observou-se que 27% das pessoas que se declarava pretas, tinham menos de trinta anos.

Análise Crítica
Os resultados demonstraram que apesar dos usuários que frequentavam o centro de vacinação serem majoritariamente negros, houve uma dificuldade em responder. Além disso, perguntar acerca da autodeclaração foi uma dificuldade para os profissionais , que afirmaram a inutilidade da coleta do quesito raça/cor. Sendo assim, esta experiência reafirmou que é necessário fortalecer as práticas de educação permanente sobre a utilização da variável raça/cor na saúde pública do Município.

Conclusões e/ou Recomendações
Este relato de experiência reforçou o quanto é necessário qualificar a coleta do quesito raça/cor, para que seja possível produzir dados que fortaleçam o enfrentamento ao racismo que consequentemente influenciará nos determinantes e iniquidades raciais em saúde. Além disso, confirmou-se que é preciso criar metas no Município para a educação continuada dos profissionais de saúde.