SA13.2 - INTERSECCIONALIADE, DIREITOS HUMANOS: O RACISMO NA SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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39361 - “SOMOS HERDEIRAS DE UMA LUTA HISTÓRICA, INICIADA POR MUITAS ANTES DE NÓS” – TORNAR-SE ATIVISTA, REDES E ESTRATÉGIAS DE RESISTÊNCIA NO CAMPO DA SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA GABRIELA DOS SANTOS SILVA - UFBA, CLARICE SANTOS MOTA - UFBA, LENY ALVES BOMFIM TRAD - UFBA
Apresentação/Introdução O ativismo tem sido estratégia histórica de sobrevivência da população negra e a flecha que direciona as lutas. No campo da saúde, os enunciados sobre as iniquidades sociais, informam um estado de alerta constante na trajetória de mulheres negras. Como resposta desse segmento, a articulação em redes é uma realidade na organização de estratégias à uma sociedade racista-patriarcal-capitalista.
Objetivos Analisar trajetórias de mulheres negras ativistas na Bahia, considerando o tornar-se ativista, suas contribuições para a produção de conhecimentos, as articulações em redes e as estratégias voltadas para a saúde da população negra.
Metodologia A pesquisa articulou uma metodologia feminista e antirracista, através da ferramenta da Escrevivência, ferramenta cunhada pela escritora Conceição Evaristo. No arcabouço das pesquisas qualitativas, tal ferramenta foi desenvolvida por meio de entrevistas narrativas. Os caminhos metodológicos percorreram participações em atividades realizadas em Salvador – Bahia, compostas por mulheres negras ativistas do campo da Saúde da População Negra – SPN, além da inserção da presente pesquisadora nas atividades; uma entrevista narrativa com 1 mulher negra ativista do campo da SPN; e um diálogo com 1 mulher negra ativista do campo da SPN.
Resultados O tornar-se ativista não tem linha cronológica linear. Os acessos às universidades, às organizações de grupos, à ocupação de pastas da gestão, entre outras ações, forjam a consciência feminista e antirracista. As redes e as estratégias de resistências são gestadas dentro e fora das universidades, nos movimentos sociais, e a construção do campo da SPN é referida pelo conjunto de lutas ancestrais e históricas. No universo das Escrevivências escutadas, a pauta da saúde está articulada com a entrada nas universidades e a partir da ideia de “estudar para intervir”, propondo outras epistemologias que referenciam o bem viver, componentes curriculares e articulação de políticas públicas.
Conclusões/Considerações O registro das escrevivências constitui um trabalho de reparação histórica e de mudança de perspectiva para pautar o campo da saúde coletiva. A partir dele é possível destacar a arena de fortalecimento das mulheres negras tanto epistemologicamente quanto na produção de cuidado. Assim, viabiliza o reconhecimento das vozes e agenciamentos desse grupo, silenciado e invisibilizado pelo fato de que o protagonismo é conferido ao segmento social branco.
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