SA13.2 - INTERSECCIONALIADE, DIREITOS HUMANOS: O RACISMO NA SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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38390 - “SAÚDE É LUTAR CONTRA TUDO QUE NOS OPRIME”: ANÁLISE DAS CONCEPÇÕES DE SAÚDE DO MST LARISSA DAIANE VIEIRA BARROS - UFBA, CARMEN FONTES TEIXEIRA - UFBA
Apresentação/Introdução O MST surge enquanto movimento de luta pela terra e pela Reforma Agrária, mas compreende que essa conquista exige a garantia de políticas sociais amplas, o que inclui a Saúde. Pesquisas e estudos revelam que o MST tem produzido um conjunto de estratégias e ações de saúde ao longo da sua trajetória. Assim, cabe perguntar: Quais as concepções de Saúde que sustentam as ações produzidas pelo MST?
Objetivos Sistematizar as noções e ideias de saúde identificadas nos jornais e cartilhas publicadas pelo MST; Analisar as concepções de Saúde que sustentam as práticas e ações de Saúde produzidas pelo MST;
Metodologia A produção de dados foi realizada através da análise documental, utilizando como fontes de informação 326 exemplares do Jornal dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e cartilhas do setor de saúde do MST, produzidos entre 1981-2014, e publicados na Hemeroteca Luta pela Terra, no site www.mst.org.br. Os trechos extraídos foram sistematizados em uma matriz de análise dos núcleos de sentido que expressam as concepções de saúde, tomando como referência o debate contemporâneo sobre Saúde, em particular, o pensamento de Jaime Breilh sobre a determinação social da saúde, enquanto processo social multidimensional, que articula a reprodução social, modos de vida grupais e estilos de vida.
Resultados A concepção de saúde construída pelo MST articula elementos que relacionam saúde, doença e estrutura social; saúde e relação com o ambiente e a natureza; saúde e higiene; saúde e equilíbrio; saúde e capacidade de luta e organização política; saúde como direito e dever do estado. O MST defende uma compreensão multidimensional, complexa e radical da saúde que se aproxima ao conceito de determinação social da saúde produzido pela epidemiologia crítica, considerando que os problemas de saúde dos indivíduos e grupos que vivem nos acampamentos e assentamentos derivam das condições e modos de vida impostos pelo processo de exploração e exclusão social a que estão submetidos.
Conclusões/Considerações O MST comunga de uma crítica ao reducionismo que predomina no campo científico e na organização dos sistemas e serviços de saúde, expresso na hegemonia da perspectiva biomédica, assistencial e hospitalocêntrica. Para o MST, a “Saúde é a capacidade de lutar contra tudo que nos oprime”, portanto lutar pela Saúde é lutar pela Vida, o que impõe a luta contra a reprodução do modo de produção capitalista e de suas estruturas de opressão.
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