Sessão Assíncrona


SA13.1 - POPULAÇÃO LGBTQIA+: INTERSECCIONALIDADE, DIREITOS HUMANOS E CUIDADO EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

44580 - QUALIFICAÇÃO DE DADOS DE PESSOAS TRANS COMO UMA DAS ESTRATÉGIAS PARA ADESÃO À TERAPIA ANTIRRETROVIRAL (TARV).
GUILHERME LAMPERTI THOMAZI - UNISINOS, LUCIANA MILAGRE - UNISINOS, VERÔNICA BARSANTI - UNISINOS, ALINE SCHWALM ANDRADE RATES - UNISINOS, CECILIA FRIGHETTO TRES - UNISINOS, DAILA ALENA RAENCK DA SILVA - SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE, ATAÍSA DA CUNHA GALAN - SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE, LISIANE MORÉLIA ACOSTA - UNISINOS, MARIA LETÍCIA RODRIGUES IKEDA - UNISINOS, SIMONE AVILA - UNISINOS


Apresentação/Introdução
A Aids Healthcare Foundation (AHF), em parceria com Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul (SES-RS) e Universidade do Vale dos Sinos (UNISINOS) apoia quatro serviços na região metropolitana de Porto Alegre/RS - Brasil desde 2020, com vistas à vinculação e retenção de pessoas vivendo com HIV (PVHIV) em abandono de terapia antirretroviral (TARV).

Objetivos
Este estudo tem como objetivo apresentar as estratégias desenvolvidas pela equipe do projeto da AHF para ampliar o acesso da população trans ao cuidado em saúde.


Metodologia
A participação de uma profissional mulher trans nessa equipe foi pensada como ponto de partida tendo em vista que o Serviço de Atendimento Especializado em HIV (SAE) apoiado pela equipe do projeto é um local bastante acessado por pessoas trans. Inicialmente foi construído o banco de dados dos usuários cadastrados no SAE. A partir disso, foi realizada a qualificação de dados sobre a identidade de gênero por meio de buscas nos prontuários e sistemas online para identificar quantas pessoas trans existem no serviço. O questionamento da identidade de gênero autodeclarada (cis ou trans) foi estipulado como uma das perguntas padrão nos atendimentos dos profissionais da saúde da equipe da AHF.

Resultados
Dos 2832 usuários vinculados ao serviço, 1,83% (52) são mulheres trans. Não foram identificados homens trans vinculados. Das mulheres trans, 29 ingressaram entre 2013 e agosto de 2020 e 23 foram cadastradas após o início do projeto. Isto significa que 44,2% das pacientes trans foram admitidas no serviço e seguem seu acompanhamento no local após o ingresso dos profissionais do projeto. Consideramos que esse aumento no número de pessoas trans vinculadas ao serviço seja em parte decorrente de um melhor preenchimento de dados referentes à identidade de gênero das pessoas, o que não acontecia anteriormente no serviço, e atendimento às demandas específicas de saúde dessa população.


Conclusões/Considerações
Percebemos que a qualificação dos dados dos pacientes em conjunto com o respeito à identidade de gênero e ao nome social e presença uma profissional trans na equipe são determinantes para o maior vínculo e adesão da população trans ao serviço de saúde e à TARV. Além disso, a participação de uma mulher trans na equipe do projeto tem efeitos positivos na vinculação das usuárias, visto que as usuárias se sentem representadas no serviço.