Sessão Assíncrona


SA13.1 - POPULAÇÃO LGBTQIA+: INTERSECCIONALIDADE, DIREITOS HUMANOS E CUIDADO EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

43868 - O USO E ADESÃO À PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO AO HIV (PREP) ENTRE HOMENS JOVENS QUE FAZEM SEXO COM OUTROS HOMENS NA PERSPECTIVA INTERSECCIONAL
EDUARDO ARAÚJO DE OLIVEIRA - USP, ALEXANDRE GRANGEIRO - FMUSP, MARCIA THEREZA COUTO - USP


Apresentação/Introdução
Os jovens têm sido atingidos pelo HIV e a profilaxia pré-exposição (PrEP) é uma medida relevante para a mitigação de novas infecções, porém a não adesão ao tratamento preocupa pesquisadores e profissionais da saúde. A adesão excede aspectos individuais (querer ou não usar), tendo íntima relação com os marcadores sociais da diferença (classe, raça, gênero) que facilitam ou não o uso da PrEP.

Objetivos
Compreender como a interseccionalidade dos marcadores sociais da diferença operam na adesão à PrEP de jovens HSH (homens que fazem sexo com homens) de 15-19 anos.

Metodologia
Recorte de estudo qualitativo multicêntrico que investiga as trajetórias e processos de vinculação ao cuidado de IST/HIV entre jovens de minorias sexuais. Neste estudo, analisamos as entrevistas semiestruturadas de 16 HSH de 15 a 19 anos de São Paulo, com diferenças de condição social, raça/cor sobre o uso e adesão à PrEP e as experiências com diferentes discriminações e estigmas interseccionais.

Resultados
Diversas barreiras contribuem para não adesão à PrEP como: distância do serviço, efeitos adversos e outros. Discriminações interseccionais, particularmente na interação entre raça/orientação sexual, amplificam as barreiras para permanência no uso da PrEP. Violências estruturais, como racismo e homofobia, perpetradas por instituições e agentes públicos (policiais, por exemplo), têm repercussões na antecipação de estigmas e em discriminações cotidianas, impactando a vinculação de participantes no serviço e na profilaxia. Os aspectos de adesão à profilaxia extrapolam o campo individual e tem íntima relação com os estigmas interseccionais vividos por esses adolescentes cotidianamente

Conclusões/Considerações
A intersecção dos marcadores sociais da diferença produz dificuldades na adesão à PrEP. As violências e discriminações cotidianas contribuem para que os jovens encontrem ainda mais obstáculos por serem negros, gays/bissexuais, periféricos e precisem superar essas discriminações para que consigam garantir o direito à PrEP.