Sessão Assíncrona


SA13.1 - POPULAÇÃO LGBTQIA+: INTERSECCIONALIDADE, DIREITOS HUMANOS E CUIDADO EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

43763 - “TRAVESTI TEM PRESSA”: LUTA POR POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE NAS VOZES DE PESSOAS TRANS.
MARIANA RIGOLON - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, ERIKA HILTON - CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO, MARIANA DE GEA GERVASIO - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, NATÁLIA R. SALIM - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS


Apresentação/Introdução
Travestis e pessoas trans historicamente enfrentam múltiplas situações de violência em suas trajetórias. Possuem suas vidas marcadas por discriminação e violências, encontrando na maior parte das vezes a prostituição como forma de sobrevivência. Suas histórias são marcadas por rejeição, sendo que precocemente são excluídas da rede familiar. A falta de acesso à educação e saúde marcam seus cotidianos.

Objetivos
O objetivo desse trabalho é problematizar, através do referencial da história oral e de uma perspectiva interseccional, como as vozes de pessoas trans e travestis são instrumentos de luta por políticas de saúde e direitos.

Metodologia
Pesquisa qualitativa fundamentada no referencial metodológico da História Oral, que permite acessar as experiências sociais de pessoas ou grupos. A História Oral valoriza grupos sociais excluídos e marginalizados; e, por meio dela, grupos discriminados vêm ganhando espaço para que suas vozes possam ser ouvidas e suas experiências validadas, em contraposição ao silenciamento vivenciado diariamente na sociedade. Neste trabalho discutimos o acesso à saúde e luta por políticas públicas através das vozes de cinco pessoas trans. Esse trabalho teve aprovação do comitê de ética.

Resultados
As histórias de vida mostram como a luta pelo reconhecimento está circunscrita nas trajetórias de pessoas trans e travestis. Transfobias e outras formas de violências atravessam a vida dessas pessoas, sendo entraves para o acesso aos serviços de saúde. As trajetórias são marcadas por falta de reconhecimento e negligência no cotidiano dos serviços de saúde. Os relatos descortinam o despreparo de profissionais de saúde para acolher e atender a população trans. Os relatos das pessoas colaboradoras mostram a falta de políticas públicas ao destacar a urgência de acesso à serviços e os altos índices de violência e mortalidade.

Conclusões/Considerações
A história oral possibilitou conhecer em profundidade a trajetória de pessoas trans nos serviços de saúde e suas trajetórias de vida. Em uma perspectiva interseccional percebemos as diversas desigualdades que “contribuem” e “aumentam” a vulnerabilidade dessa população. Nesse sentido, a proposição e prática de políticas públicas de saúde que contemplem essa população de forma integral se mostra urgente.