SA13.1 - POPULAÇÃO LGBTQIA+: INTERSECCIONALIDADE, DIREITOS HUMANOS E CUIDADO EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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42070 - MIGRAÇÃO, RISCO E VULNERABILIDADE À INFECÇÃO PELO HIV ENTRE MULHERES TRANS: UMA REVISÃO DE ESCOPO BEO OLIVEIRA LEITE - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, UFBA, LAIO MAGNO - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA. UNEB, NATHALIA SERNIZON GUIMARÃES - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, UFBA, INES DOURADO - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, UFBA
Apresentação/Introdução A associação entre a migração e a infecção pelo HIV ainda é pouco estudada entre mulheres transgênero (MT), apesar de recorrente na literatura para a população em geral. Migrantes quando comparados aos residentes de origem possuem menos acesso à prevenção e testagem para infecções sexualmente transmissíveis, assim como estão expostos à novas redes de contato nas quais o HIV pode ser circulante.
Objetivos Investigar o papel da migração no risco e na vulnerabilidade de MT à infecção pelo HIV, através de uma revisão de escopo.
Metodologia A revisão de escopo foi orientada segundo a ferramenta PRISMA for Scoping Reviews. A busca ocorreu nas seguintes bases: PubMED, Embase, Lilacs, Web of Science e Scopus. Foram incluídos estudo observacionais quantitativos ou qualitativos que investigaram a migração relacionada a infecção. Duas revisoras independentes selecionaram estudos por meio da análise de títulos e resumos. Estudos qualitativos foram avaliados pelo software de avaliação de competências críticas (CASP) e o formulário de avaliação de qualidade Newcastle-Ottawa foi utilizado para estudos quantitativos.
Resultados Foram identificados 50 estudos nas bases de busca, mas apenas oito estudos publicados entre 2011 e 2020 foram selecionados para compor esta revisão. Cinco estudos eram qualitativos e três quantitativos. As MT migrantes apresentaram maior vulnerabilidade para infecção ao HIV: a migração aumenta a chance de trabalho sexual, aumenta a frequência de sexo sem uso de preservativo e reduz o acesso a serviços de prevenção ao HIV. Também se observou que MT migrantes possuem maior risco de infecção quando comparadas às residentes do local de origem, entretanto sem significância estatística.
Conclusões/Considerações A migração entre MT esteve associada a maior vulnerabilidade programática e individual ao HIV. Tal relação pode ser explicada pela: dificuldade de negociar práticas seguras com suas parcerias sexuais nas novas redes formadas; menor acesso à prevenção e testagem para o HIV; e o desconhecimento sobre as redes de atenção à saúde locais. Tal percepção interpela pela incorporação de MT em mobilidade nas estratégias de prevenção e testagem ao HIV.
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