SA13.1 - POPULAÇÃO LGBTQIA+: INTERSECCIONALIDADE, DIREITOS HUMANOS E CUIDADO EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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41832 - SENTIDOS ATRIBUÍDOS À PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO (PREP) NO RECONHECIMENTO COMO FERRAMENTA DE PREVENÇÃO DO HIV ANDREY OLIVEIRA DA CRUZ - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (FSP/USP), IVAN FRANÇA JUNIOR - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (FSP/USP)
Apresentação/Introdução A ideia de uma tecnologia farmacológica capaz de conter a contaminação de expostos ao HIV teve gênese e validação em pensamentos oriundos de círculos esotéricos das ciências biomédicas. A consolidação dessa Profilaxia Pré-Exposição, porém, depende dos círculos exotéricos de saber de afetados e população geral, dotados de regras de validade próprias que influenciam diretamente seu reconhecimento.
Objetivos O estudo objetiva mapear os processos pelos quais a PrEP é reconhecida como fato científico e os sentidos atribuídos à tecnologia como estilo de pensamento na prevenção da infecção em gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens.
Metodologia Revisão narrativa de literatura, a partir de busca realizada em 7 bases de dados das áreas da saúde, ciências sociais e interdisciplinar, com os termos "Pre-Exposure Prophylaxis", "Social Perception" e "Meaning", gerando 1271 registros, 614 sem duplicatas. Como critérios de inclusão os estudos preferencialmente de metodologia qualitativa ou que abordassem diretamente sentidos atribuídos à PrEP como tecnologia de prevenção em gays, bissexuais e homens que fazem sexo com homens; em inglês, espanhol ou português. Os títulos e resumos foram avaliados e 58 foram selecionados para análise e categorização de acordo com o mapeamento amparado na teoria dos círculos de pensamentos de Ludwik Fleck.
Resultados A partir dos resultados, podemos categorizar três principais estilos de pensamento sobre a PrEP: (1) PrEP como direito - vista como tecnologia eficaz capaz de ampliar fronteiras do entendimento de saúde e do livre exercício da sexualidade, conferindo ao usuário identidade e controle sobre sua saúde; (2) PrEP como dever - ferramenta biomédica devidamente eficaz na prevenção do HIV, especialmente indicada na redução da prevalência da doença para grupos específicos; e (3) pensamento moralista sobre a PrEP - entendendo-se que esta influencia negativamente no aumento a exposições de risco, no estigma da comunidade LGBTQIA+ ou mesmo como ferramenta ineficaz na prevenção do HIV e outras ISTs.
Conclusões/Considerações A PrEP, como ferramenta biomédica de prevenção ao HIV, recebe influência direta de diversos estilos de pensamento que figuram em importantes aspectos sócio-histórico-culturais. Dessa forma, identificamos que a subjetividade advinda do círculo exotérico sobre a PrEP sinaliza sentidos próprios que determinam o reconhecimento ou não da ferramenta como fato científico, podendo guiar a efetivação desta como política de saúde.
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