Sessão Assíncrona


SA13.1 - POPULAÇÃO LGBTQIA+: INTERSECCIONALIDADE, DIREITOS HUMANOS E CUIDADO EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

41503 - “A SAÍDA É COLETIVA!” UMA ETNOGRAFIA SOBRE FAMÍLIA, SAÚDE E CUIDADO DE PESSOAS LGBT+ NÃO-MONOGÂMICAS
ALEF DIOGO DA SILVA SANTANA - USP, ADRIANE SOARES GALDINO - UFPE, EDNALDO CAVALCANTE DE ARAÚJO - UFPE.


Apresentação/Introdução
A família passou por mudanças decorrentes do capitalismo e da modernidade, nos mobilizando a refletir: que tipo de família se fala quando mencionamos o acesso à saúde e ao cuidado? Essa indagação mais confirma do que questiona as concepções familiares socialmente estabelecidas, deixando lacunas a respeito de concepções familiares que rejeitam não só a cisnormatividade, mas a mononormatividade.

Objetivos
Compreender a concepção de família, cuidado e saúde de pessoas LGBT+ não-monogâmicas membras de um grupo numa rede social on-line.

Metodologia
Pesquisa social, com referencial teórico-metodológico da etnografia digital. O campo empírico se constituiu no grupo fechado no WhatsApp exclusivo para debates não-monogâmicos. O estudo foi aprovado no CEP da UFPE. Os interlocutores são pessoas LGBTI+ não-monogâmicas participantes do referido grupo. O trabalho de campo foi de 10 meses. Como técnicas de coleta de dados empregamos: a) observação participante e b) entrevistas individuais semiestruturadas on-line. As entrevistas foram realizadas de forma on-line, registradas em áudio e com duração média de 65 minutos. Para o registro das observações utilizamos diário de campo. Para análise das entrevistas, empregamos a codificação temática.

Resultados
Foram realizadas quatro entrevistas, com duração média de 65 minutos. Dos quatro interlocutores, dois são homens gays cisgênero, uma mulher cisgênero bissexual e uma travesti. Mediante a codificação, emergiu duas categorias: a) “a sociabilidade ‘não-mono’ como forma de cuidar e ser cuidado” e b) “a saída disso tudo é coletiva!”. A primeira categoria apresenta não só o grupo onde foi realizada a investigação, mas também a própria sociabilidade não-mono como forma de cuidar e ser cuidado. A segunda discorre sobre como a categoria família e saúde, por exemplo, ganham outros significados considerando que “a saída é coletiva”.

Conclusões/Considerações
O grupo atua como um espaço de acolhimento, cuidado e de cuidar. Além disso, é demonstrado que, para os nossos interlocutores, as concepções de família e saúde estão atreladas a uma perspectiva de comunidade, onde a individualidade neoliberal é rejeitada. A saúde está alinhavada com uma perspectiva e visão integral das demandas e necessidades – inclusive jurídicas, não se limitando às questões de prevenção e promoção à saúde sexual.