SA13.1 - POPULAÇÃO LGBTQIA+: INTERSECCIONALIDADE, DIREITOS HUMANOS E CUIDADO EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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40131 - DIREITOS HUMANOS? QUE DIREITOS? – SAÚDE MENTAL? “TRAVESTI NÃO TEM SAÚDE MENTAL”! TAYNAH ALVES MARQUES - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - UFF, SANDRA BRIGNOL - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - UFF
Período de Realização Experiência iniciada em outubro de 2021, ocorrendo em Niterói, São Gonçalo e Rio de Janeiro.
Objeto da experiência A pesquisa “Violação dos Direitos Humanos e saúde mental numa população de mulheres Trans e Travestis” é o espaço onde se desenvolvem as atividades.
Objetivos Busca-se compreender as diferentes formas de violação dos direitos em relação à saúde, educação, justiça, trabalho, moradia, sociabilidade, etc. As atividades criadas para a aproximação, permanecerão após término da pesquisa: redes de apoio, cuidado e saúde, trocas afetivas, oficinas e capacitações.
Metodologia A pesquisa DihMuTrans é o espaço onde aconteceram as vivências, durante as atividades de aproximação e convívio com as participantes. As reuniões com as instituições parceiras ajudaram a formar algumas redes de apoio e cuidado para as mulheres trans/travestis. Durante as rodas de conversa, oficinas, treinamentos e entrevistas houve trocas importantes e construção de afetos e solidariedade. O convívio foi ampliado contando com estudantes de graduação, professores, pesquisadores e demais colaboradores.
Resultados “Travesti não tem saúde mental”, “Que saúde mental?”, “Que direitos?” são falas recorrentes, seguidas do relato de experiências que mostram um acesso limitado aos lugares públicos, trazendo constantemente falas sobre a impossibilidade de desfrute do lazer na cidade, além dos relatos de diferentes violências, discriminação, estigma social, desrespeito ao nome social na saúde pública/escola e impedimento de frequentar ou de não serem respeitadas nos espaços religiosos.
Análise Crítica A ausência de saúde mental apontada é resultado do cenário de extrema vulnerabilidade diante das violações de direitos relatadas e a necessidade das articulações com os parceiros do projeto para encaminhamentos, algumas questões precisam ser ultrapassadas: falta de conhecimento e informações sobre direitos, dificuldade de acesso à justiça, saúde e instituições de apoio, ausência de uma rede de proteção e locais de sociabilidade/convívio, carência de formação profissional, trabalho e renda.
Conclusões e/ou Recomendações As experiências são construídas diariamente a partir do convívio com as vulnerabilidades mostrando a urgência de um olhar integral à saúde das mulheres trans e travestis, pois o bem-estar se dá a partir da possibilidade da existência com dignidade e respeito em múltiplos os contextos. Este é um aprendizado em construção que se dá na interrelação de vivências e afetos, e contribui para a minha formação como profissional de saúde e pós-graduanda.
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