SA13.1 - POPULAÇÃO LGBTQIA+: INTERSECCIONALIDADE, DIREITOS HUMANOS E CUIDADO EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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39393 - A PERCEPÇÃO DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE DOIS CENTROS DE ATENDIMENTO PSICOSSOCIAL A RESPEITO DA ASSISTÊNCIA A TRAVESTIS E TRANSEXUAIS JOSÉ BERNARDES DA SILVA FILHO - FESP - FUNDAÇÃO ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DE PALMAS, ANA CAROLINA PEIXOTO DO NASCIMENTO - UNB - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, GUSTAVO HENRIQUE CARVALHO DE CASTRO - UNB - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
Apresentação/Introdução Travestis e transexuais enfrentam dificuldades no acesso aos serviços de saúde do SUS devido suas identidades de gênero serem alvos de transfobia e estigma. Essa realidade impõe barreiras de acesso ao cuidado, decorrendo em situação de vulnerabilidade social e torna-se um impeditivo para a equidade no atendimento, desencadeando fatores de risco para o desenvolvimento de sofrimento psíquico.
Objetivos Analisar o atendimento e o cuidado da população Trans, pela equipe multiprofissional, em dois Centros de Atendimento Psicossocial no município de Palmas/TO, Brasil.
Metodologia Estudo qualitativo, realizado em dois Centros de Atendimento Psicossocial, por meio de entrevistas, com questionário semiestruturado, com nove profissionais da equipe multiprofissional. A coleta de dados se deu por saturação, definindo a amostra supracitada. As perguntas para os profissionais abordarvam questões sobre a qualificação técnica, a percepção acerca das especificidades do atendimento, a relação da identidade de gênero com o plano de cuidado e a condição de saúde do paciente. As entrevistas foram analisadas por meio do método hermenêutico-dialético, e os dados encontrados foram classificados e categorizados.
Resultados Os profissionais relataram aumento da procura de atendimento por pacientes trans, com demandas de sofrimento mental. Os mesmos confundem o atendimento baseado na equidade com a concessão de privilégios, assim, a identidade de gênero não é considerada para traçar o plano de cuidado, resultando em barreiras de acesso ao cuidado de qualidade. O nome social dos usuários é motivo de incerteza para a equipe. O acolhimento dos usuários trans é prejudicado ao observar que suas demandas específicas de gênero e as vulnerabilidades decorrentes desta não são consideradas como relevantes para o seu atendimento. A maioria dos profissionais relatam não ter qualificação para o atendimento às pessoas trans.
Conclusões/Considerações Os profissionais, embora reconheçam as demandas sociais e de saúde mental da população trans, possuem dificuldade de entender o conceito de equidade no atendimento do SUS. É de suma importância a formação continuada das equipes sobre o tema, conscientizando-os da importância do atendimento humanizado e equânime, de forma que o acesso aos serviços de saúde não seja impedido por violações de direito.
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