Sessão Assíncrona


SA13.1 - POPULAÇÃO LGBTQIA+: INTERSECCIONALIDADE, DIREITOS HUMANOS E CUIDADO EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

39274 - INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS EM MULHERES QUE FAZEM SEXO COM MULHERES: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
SAMARA MORAIS DOS SANTOS - AHF BRASIL, CAROLINA PIMENTEL BATITUCCI - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP, LUIZA AZEM CAMARGO - HOSPITAL DAS CLÍNICAS - HCFMUSP


Apresentação/Introdução
O aumento da discussão acerca das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) é notável em diversas populações, porém pouco se discute sobre o tema quando se tratam de mulheres cisgênero que fazem sexo com mulheres (MSM). Nessa população essas infecções podem se apresentar através de úlceras genitais, corrimento uretral, corrimento vaginal, Doença Inflamatória Pélvica, HPV, entre outras. 

Objetivos
Realizar uma revisão bibliográfica sistemática integrativa da literatura nacional e internacional, no período de 2012 a 2022, de pesquisas e artigos que abordem a temática de IST em mulheres que fazem sexo com mulheres (MSM).


Metodologia
Foi realizada uma revisão bibliográfica integrativa através de artigos presentes nas bases de dados da PubMed, Embase e BVS, utilizando descritores da busca em inglês, selecionados através dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). Os artigos poderiam ser em português, inglês e espanhol e deveriam abordar a temática de ISTs e HIV em Mulheres que fazem Sexo com Mulheres. Estudos sobre outras populações e mulheres trans e travestis foram excluídos. Após a seleção, os estudos foram separados em cinco categorias: comportamento de risco para IST; Identificação de IST através da realização de exames ginecológicos; Presença de IST autorreferida; Atenção à saúde de MSM e MSM e HIV.


Resultados
No total, foram incluídos 34 estudos que preencheram os critérios previamente estabelecidos, sendo que o país com o maior número de estudos foi os Estados Unidos. Os estudos apontam alta frequência de situações de risco, vulnerabilidade para IST, inclusive para a transmissão de HIV e dificuldade no acesso à saúde. Alguns dos estudos apontam alta porcentagem da presença de ISTs como a gonorréia, clamídia e vaginose bacteriana. Além disso, um número considerável dessa população de mulheres não realiza acompanhamento ginecológico por receio do despreparo dos profissionais de saúde, por experiência prévia negativa, ou até mesmo pela auto percepção de práticas sexuais de baixo risco para IST.



Conclusões/Considerações
Conclui-se que MSM são vulneráveis a IST, sendo o estigma responsável por falhas assistenciais. Representações dos profissionais sobre esta população afetam o atendimento: com desconsideração de práticas de risco entre mulheres lésbicas e percepção de risco aumentado entre mulheres bissexuais. Evidencia-se a subnotificação, com produção acadêmica ainda incipiente e que utiliza categorias em desuso, como “grupos” e “comportamentos” de risco.