Sessão Assíncrona


SA13.1 - POPULAÇÃO LGBTQIA+: INTERSECCIONALIDADE, DIREITOS HUMANOS E CUIDADO EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

39176 - O CUIDADO INTEGRAL E INTERPROFISSIONAL EM SAÚDE DE PESSOAS TRANS E TRAVESTIS NO CONTEXTO DO SUS: ALIANÇAS, RESISTÊNCIA E HUMANIZAÇÃO
TELMA LOW SILVA JUNQUEIRA - DOCENTE DO INSTITUTO DE PSICOLOGIA DA UFAL, WALDEMAR ANTÔNIO DAS NEVES JUNIOR - DOCENTE DA FACULDADE DE MEDICINA DA UFAL, CAUÊ ASSIS MOURA - PSICÓLOGO, MEMBRO DA FONATRANS E VICE-PRESIDENTE DA ACTTRANS, VANESSA FERRY DE OLIVEIRA SOARES - PSICÓLOGA DO HUPAA/UFAL, PRISCILA NUNES DE VASCONCELOS - DOCENTE DA FACULDADE DE MEDICINA DA UFAL, IZABELLE DE FATIMA PRAXEDES CAHET - MÉDICA DO HUPAA/UFAL, MARIA EULÁLIA SOARES DE OLIVEIRA - DISCENTE DO INSTITUTO DE PSICOLOGIA DA UFAL


Período de Realização
De agosto de 2019 a agosto de 2021

Objeto da experiência
Criação de um serviço especializado para o cuidado em saúde de pessoas trans em um Hospital Universitário (HU) do Brasil.

Objetivos
Compartilhar as alianças que tecemos e as barreiras institucionais e sociais que identificamos no processo de construção de um Espaço Trans, no contexto da pandemia da Covid-19. A escrita deste relato é também uma forma de resistência frente à transfobia que marca a formação e assistência em saúde.

Metodologia
Relato de experiência de uma equipe interprofissional de discentes e docentes de uma universidade pública e trabalhadoras do HU vinculado ao SUS. O desenho envolve: a) roda de conversa sobre transexualidade no curso de medicina; b) reunião entre docentes, discentes e gestoras; c) composição de uma equipe de trabalho para implementação do serviço; d) formação e sensibilização da equipe do HU; e) inauguração; e) suspensão do funcionamento por conta da pandemia; f) abertura do Espaço Trans.

Resultados
Os resultados apontam para: a relevância de alianças entre pessoas transgêneras e cisgêneras, especialmente em contextos institucionais voltados para as políticas de educação e saúde, que têm em seus princípios o acolhimento à diversidade, como é o caso de universidades públicas e serviços de saúde do SUS; a transfobia institucional que desafia o diálogo entre os saberes de modo interprofissional; a recusa da oferta de um cuidado integral a corpos que trans-gridem a norma binária e cisgênera.

Análise Crítica
Este relato nos convida a re-pensar como os serviços de saúde se organizam, desde os recursos humanos, técnicos, materiais e estruturais, para ofertar o acesso, acolhimento e cuidado em saúde integral das pessoas trans e travestis. Pois, a perspectiva patologizante, multiprofissional, binária e tecnicista parecem presente e se entrelaça com uma transfobia não nomeada, expressa também pelo apagamento do tema no contexto da formação profissional e dos espaços de educação permanente em saúde.



Conclusões e/ou Recomendações
Diálogos, alianças e resistência entre pessoas trans, travestis e cis contribuem no processo de formação e educação permanente em saúde. Considerar que há pessoas que não tiveram acesso à (in)formação e que estão disponíveis em aprender e se re-visitar demanda investimentos em uma pedagogia libertária, ética e humanizada. Ao mesmo tempo que permite a responsabilização da transfobia, posto que o tema sai do status do apagamento e ganha vez e voz.