SA13.1 - POPULAÇÃO LGBTQIA+: INTERSECCIONALIDADE, DIREITOS HUMANOS E CUIDADO EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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38521 - ASSISTÊNCIA À SAÚDE BUCAL NA POPULAÇÃO LGBTQIA+ MICHELE DE OLIVEIRA SOARES - ENSP – FIOCRUZ, VANIA REIS GIRIANELLI - ENSP – FIOCRUZ
Apresentação/Introdução O acesso ao serviço de saúde pública da população LGBTQIA+ está assegurado na Constituição Federal e reiterado com o princípio da universalidade do SUS. A Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (2021/2022), que visa avaliar o perfil epidemiológico em saúde bucal da população brasileira, entretanto, impossibilita identificar pessoas LGBTQIA+, pois não contempla identidade gênero e orientação sexual.
Objetivos Analisar a assistência à saúde bucal da população LGBTQIA+, sob a perspectiva do usuário.
Metodologia Foi realizada pesquisa transversal descritiva, utilizando questionário estruturado online, auto aplicado, sobre características socioeconômicas e demográficas, utilização de assistência nos últimos cinco anos e dificuldades vivenciadas, e auto percepção da saúde bucal. Foi estimada a prevalência de utilização da assistência à saúde bucal e respectivo intervalo de confiança de 95%, bem como o percentual de cada categoria das demais variáveis. O teste qui-quadrado de Pearson foi calculado para avaliar a existência de diferença estatisticamente significativa (p ≤ 0,05) entre os estratos, com correção de Yates quando necessário. Estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa.
Resultados Até o momento, 332 responderam o questionário, sendo 13,3% transexuais. A maioria de 18 a 29 anos (44,0%), negro(a) (51,5%), com ensino superior completo (45,5%), residente na região Sudeste (78,0%), assistência odontológica no último ano (60,8%), sem dificuldade de assistência (75,0%) e considera sua saúde bucal boa ou muito boa (53,3%). A população transexual, entretanto, 13,6% com curso superior completo, 54,5% dificuldade de assistência e 25,0% percebem a saúde bucal boa ou muito boa; com diferença estatisticamente significativa em relação a população cisgênera (p< 0,02). Dentre os 83 que tiveram dificuldade de assistência, 11 (13,3%) sofreram discriminação, oito (72,7%) por transfobia.
Conclusões/Considerações Espera-se que a divulgação desses resultados contribua para dar maior visibilidade às dificuldades encontradas pela população LGBTQIA+ em relação a assistência à saúde bucal e consequentemente sensibilize profissionais e gestores quanto a necessidade da melhoria da qualidade da assistência prestada, tendo em vista, a transversalidade do cuidado, um dos princípios da Política Nacional de Humanização.
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