SA13.1 - POPULAÇÃO LGBTQIA+: INTERSECCIONALIDADE, DIREITOS HUMANOS E CUIDADO EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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38356 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE VOLTADAS ÀS LÉSBICAS: ANALISANDO O CONTEXTO DE PRODUÇÃO DOS TEXTOS E DAS PRÁTICAS DE CUIDADOS ADRIANE DAS NEVES SILVA - IFRJ, ROMEU GOMES - IFF
Apresentação/Introdução Num contexto em que há reconhecimento da heteronormatividade presente nas políticas e nos protocolos de saúde e, que este produz desigualdades de cuidado, a pesquisa através da análise de políticas públicas voltadas para a atenção à saúde de lésbicas, pretende compreender seus princípios, diretrizes, potencialidades e limites e, avançar na discussão sobre onde estão as lésbicas nas políticas de saúde.
Objetivos Analisar as políticas públicas voltadas para a atenção à saúde de lésbicas, buscando compreender seus princípios, diretrizes, potencialidades e limites.
Metodologia Optou-se pela leitura e interpretação dos documentos como estratégia metodológica, sendo o principal deles a sistematização de documentos construídos pelo governo federal decorrentes das relações com os movimentos sociais. Nesta tese, as análises realizadas tiveram como aporte teórico o modelo de análise de Ciclos de políticas de Stephen Ball, proposta por Rezende e Baptista e as contribuições de Pierre Bourdieu, com os conceitos de habitus, campo e violência simbólica de Pierre. Apresentamos ainda uma revisão da literatura nacional e internacional.
Resultados A formulação das políticas de atenção à saúde de mulheres ainda é influenciada pela estrutura heteronormativa e, essa construção baseada na heteronormatividade, coloca as práticas sexuais não hegemônicas numa posição de subordinação. Os desdobramentos presentes nas práticas de cuidados estão relacionados ao não reconhecimento da diversidade feminina, às dificuldades na relação profissional de saúde e usuária, à negligência de atendimentos e à exclusão dos modos de vida que se distanciam da definição de normalidade em saúde.
Conclusões/Considerações Uma maneira de contrapor essa ordem social é a ampliação e a construção de espaços de discussões sobre concepções lésbicas, pois ser lésbica é antes de tudo uma questão política. Ao romperem com a lógica heteronormativa de cuidado, poderá ser corrigida a dissonância que contribui para a invisibilidade dessa população no processo saúde-doença-cuidado e nas relações entre profissionais de saúde e as usuárias lésbicas.
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