SA13.1 - POPULAÇÃO LGBTQIA+: INTERSECCIONALIDADE, DIREITOS HUMANOS E CUIDADO EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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38258 - PERFIL DE HOMENS TRANS E PESSOAS TRANSMASCULINAS QUE ACESSARAM O AMBULATÓRIO T DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DE PORTO ALEGRE - RS GUILHERME LAMPERTI THOMAZI - UFRGS, GABRIELA TIZIANEL AGUILAR - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE PORTO ALEGRE, TATIANA ENGEL GERHARDT - UFRGS, MATHEUS NEVES - UFRGS
Apresentação/Introdução Não é novidade que o Brasil é o país no qual ocorre o maior número de assassinatos de pessoas trans e travestis, é ainda mais chocante que esse seja um dos únicos dados que existam sobre essa população no país. Mesmo nesse levantamento a porcentagem de homens trans e transmasculinos é inferior a 5%, ressaltando a invisibilidade dessa população.
Objetivos Este trabalho tem como objetivo de traçar o perfil de homens trans e pessoas transmasculinas cadastrados no Ambulatório T de Porto Alegre a fim de produzir informações para fomentar políticas públicas de saúde para essa população.
Metodologia Esse estudo é caracterizado como transversal e teve como campo um serviço específico para pessoas trans dentro da Atenção Básica, inaugurado em 17 de agosto de 2019 pela política municipal de saúde LGBTQIA+ para atender a demanda do movimento social trans e travesti de acesso à saúde de qualidade. Dessa forma, o banco de dados dos usuários e usuárias cadastradas no serviço foi qualificado a partir de buscas em prontuários online para a construção do perfil de usuários vinculados ao serviço. Esse estudo foi aprovado pelos comitês de ética da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Resultados De agosto de 2019 até o mesmo mês de 2022 foram cadastrados 595 pessoas com identidades masculinas no ambulatório, desses, 526 homens trans e 39 transmasculinos. A partir disso foram retirados usuários cujos dados não estivessem completos, dessa forma, o perfil abaixo é composto por 384 homens trans e 35 pessoas transmasculinas. A maioria dos usuários (78,47%) se autodeclaram brancos 384, 20.81% negros (pretos+pardos) e apenas 0,72% amarelos. Dos 418 usuários 58,37% estão na faixa etária entre 20 e 29 anos, mostrando forte presença jovens no serviço, principalmente quando comparados com os acima de 50 anos, que somam apenas 1,44% da amostra.
Conclusões/Considerações O perfil mostra que a população que acessa o ambulatório T é majoritariamente branco e jovem, bastante diferente das características de quem é assassinado no Brasil segundo o dossiê de assassinatos publicado anualmente pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais. Sendo assim, é necessário a criação de estratégias por parte da gestão municipal para tornar os serviços acessíveis para homens trans e transmasculinos.
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