24/11/2022 - 08:30 - 10:00 CC13.12 - SAÚDE MENTAL E DIVERSIDADE |
44514 - ADOECIMENTO MENTAL EM TRABALHADORES DA SAÚDE SEGUNDO INTERAÇÃO DE GÊNERO, RAÇA E ESTRESSORES OCUPACIONAIS CAMILA CARVALHO DE SOUSA - UEFS, TÂNIA MARIA DE ARAÚJO - UEFS, MANUELA MATOS MATURINO - UEFS
Apresentação/Introdução Desigualdades de gênero e raça estruturam diferenças nas características do trabalho e na exposição aos riscos ocupacionais ao adoecimento físico e mental, ao longo das trajetórias de vida de homens e mulheres, brancos(as) e negros(as).
Objetivos O presente estudo buscou analisar os efeitos isolados e combinados do gênero, da raça e do estresse ocupacional sobre a saúde mental - ocorrência de Transtornos Mentais Comuns (TMC) - de trabalhadores(as) da saúde.
Metodologia Estudo transversal, realizado com 3343 trabalhadores da saúde de seis municípios da Bahia. As variáveis de exposição principais foram: gênero, raça e estresse ocupacional, avaliado por meio da escala Effort-Reward Imbalance (ERI). Os transtornos mentais comuns (TMC), variável desfecho, foram avaliados pelo Self-Reporting Questionaire (SRQ-20). As medidas de interação foram verificadas com base no critério da aditividade, pelo cálculo do excesso de prevalência, excesso de razão de prevalência e diferença relativa.
Resultados A prevalência de TMC foi maior entre as mulheres, os(as) negros(a)s e aqueles(as) exposto(as) a estressores laboral, quando comparados ao grupo de referência, homens brancos em situação de equilíbrio esforço-recompensa (E-R). Entre as mulheres negras em situação de desequilíbrio E-R a prevalência de TMC foi quase quatro vezes maior em relação aos homens brancos em situação de equilíbrio. Trabalhadoras negras acumulam mais desvantagens sociais e estão mais suscetíveis a ocupar posições ocupacionais de maior esforço e menor recompensa. Essas condições estão associadas à maior prevalência de TMC.
Conclusões/Considerações A combinação das exposições elevou a frequência de TMC. O efeito combinado dos fatores excedeu a soma dos efeitos isolados, demonstrando interação entre gênero, raça e estressores ocupacionais. A interseccionalidade, neste sentido, apresenta a oportunidade de acessar mais detalhadamente iniquidades em saúde, no que diz respeito à relação entre estresse ocupacional e saúde mental, e, como elas podem aumentar ou reduzir por meio da intersecção.
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