24/11/2022 - 08:30 - 10:00 CC13.12 - SAÚDE MENTAL E DIVERSIDADE |
41244 - CARACTERIZAÇÃO DAS VIOLÊNCIAS AUTOPROVOCADAS ENTRE MINORIAS SEXUAIS EM 2016 NO BRASIL FABIANE CRISTINA DE SOUZA ALVIM - UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE (UNIVALE), EDMARCIUS CARVALHO NOVAES - UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE (UNIVALE), LEONARDO OLIVEIRA LEÃO E SILVA - UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE (UNIVALE)
Apresentação/Introdução No Brasil, as violências representam a terceira causa de morte na população geral e podem ser divididas em interpessoal e autoprovocada. Dentre as faixas etárias, considera-se, que, a adolescência é um momento de maior vulnerabilidade em função das mudanças vivenciadas que envolvem tanto os aspectos associados a um novo corpo, a mudança nas relações sociais e afastamento das referências parentais.
Objetivos Este estudo objetiva caracterizar as ocorrências de violência autoprovocadas (VAP) entre adolescentes, dentro do recorte populacional LGBTQI+, destacando a reincidência do comportamento de autolesão.
Metodologia Trata-se de um estudo observacional, analítico com abordagem quantitativa. Foi utilizado fontes de dados secundárias referentes a VAP do componente de Vigilância de Violências e Acidentes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, do ano de 2016. Realizou-se uma análise descritiva, utilizando o software R, das características sociodemográficas, tais como idade, escolaridade, raça/cor, local de ocorrência – dentro do recorte orientação afetivo-sexual e identidade de gênero. Além disso, foi calculado a medida de intensidade de associação "odds ratio” (odds). Utilizou-se as definições do Instrutivo Viva 2016 sobre a orientação afetivo-sexual e identidade de gênero.
Resultados O levantamento aponta que em 2016 foram registradas 45.549 notificações de VAP. Desse total, 1.755 (3,9%) fichas são de indivíduos que se declararam como LGBTQI+. Comparando com a população geral, identificou-se que o adulto jovem homossexual apresenta um risco 87% maior (odds 1,87 / IC: 1,55 - 2,28), o adulto transexual/travesti um risco 66% maior (odds 1,66 / IC: 1,28 - 2,15) e o adulto jovem bissexual, apresenta 4 vezes mais a chance de reincidência da VAP (odds 4,88 / IC: 2,81 - 8,48). Os achados demonstram que no recorte populacional de adultos jovens e bissexuais o risco de ocorrência de repetição de VAP é superior dentro do grupo LGBTQI+.
Conclusões/Considerações Observou-se que a população LGBTQI+ encontra-se em maior risco para a reincidência da VAP comparada a população geral e dentro desse grupo os jovens adultos bissexuais apresentam maior chance de repetição das VAP. Tal questão na saúde pública demanda a organização do SUS para trabalhar com a prevenção e a identificação precoce. Dessa forma, pontua-se a importância de ações de prevenção da VAP com ênfase na efetiva implementação da Política LGBTQI+.
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