24/11/2022 - 08:30 - 10:00 CC13.12 - SAÚDE MENTAL E DIVERSIDADE |
39870 - MULHERES EM ASSEMBLEIA: COLETIVA DE MULHERES QUE OUVEM VOZES LIAMARA DENISE UBESSI - UNIPAMPA, THYLIA TEIXEIRA SOUZA - UNISINOS, TAMIRES PEREIRA DIAS - UFPEL, ISADORA OLIVEIRA NEUTZLING - UFPEL, CLARISSA DE SOUZA CARDOSO - UFPEL, LARISSA DALL’AGNOL DA SILVA - UFPEL, FRANCISCA MESQUITA JESUS - COLETIVA DE MULHERES QUE OUVEM VOZES, LUCIANE PRADO KANTORSKI - UFPEL, ARIANE DA CRUZ GUEDES - UFPEL
Apresentação/Introdução Inspiradas pelo Movimento Internacional de Ouvidores de Vozes (MIOV), um grupo de mulheres que ouvem vozes se uniu na construção de uma Coletiva embasada nos pressupostos desse movimento, a fim de promover a inserção dessa abordagem como uma estratégia política de cuidado para todos os sujeitos que ouvem vozes na região Sul do Brasil.
Objetivos Produzir práticas de liberdade que visam ao empoderamento e à emancipação dos sujeitos que ouvem vozes e que, de alguma forma, ainda são estigmatizados devido à associação dessa experiência como um sintoma de transtorno mental.
Metodologia Pesquisa-intervenção ocorrida na região Sul do Rio Grande do Sul, entre julho de 2019 a julho de 2020, mediante a observação-participante em diferentes cenários de atuação da Coletiva de Mulheres que Ouvem Vozes, os quais vão desde: cuidado de si e de todas que necessitam desse olhar diferenciado, educação permanente de profissionais de saúde, participação em programas de rádio, comunicação virtual, organização de eventos populares e científicos sobre a abordagem do MIOV e de outras abordagens, matriciamento na implementação de grupos de ouvidoras/es de vozes e participação no controle social. A análise das produções foi a partir do referencial teórico da filósofa Judith Butler.
Resultados Ocupação de espaços políticos e deliberativos, tais como cadeiras no Conselho Municipal de Saúde, na Comissão Municipal de Saúde Mental e no Grupo Condutor Regional de Saúde Mental, o que possibilitou a tecitura de redes de saberes e de experiências sobre novas abordagens em saúde mental, bem como a realização de ações de educação permanente a respeito da abordagem do MIOV em parceria com alguns serviços de saúde e instituições de ensino superior e técnico de formação em saúde. Em 2020 foi construído do canal Conta Comigo, grupos de auto mútua ajuda pelo aplicativo WhatsApp, eventos online (lives), produção de movimentos de luta e um documentário sobre mulheres que ouvem vozes.
Conclusões/Considerações A Coletiva de Mulheres que Ouvem Vozes construiu alianças potentes entre mulheres que resistem ao totalitarismo imposto pelos saberes hegemônicos segregacionistas e da estrutura patriarcal que controla nossas mentes e corpo. Na pandemia passou a reconstruir novos modos de existir e resistir contra a precariedade do caos do sistema público, exigindo a apropriação no uso das mídias sociais para realizar ações de forma remota.
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