Comunicação Coordenada

24/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC13.11 - IST/AIDS: HOMENS QUE FAZEM SEXO COM HOMENS

42524 - USO INCONSISTENTE DE PRESERVATIVO COM PARCEIROS REGULARES E CASUAIS ENTRE HOMENS QUE FAZEM SEXO COM HOMENS NO BRASIL
JONATAN DA ROSA PEREIRA DA SILVA - UFRGS, RAFAEL STEFFENS MARINS - UFRGS, FLÁVIA BULEGON PILECCO - UFMG, ANDRÉA FACHEL LEAL - UFRGS, LIGIA REGINA FRANCO SANSIGOLO KERR - UFC, DANIELA RIVA KNAUTH - UFRGS, THE BRAZILIAN HIV/MSM SURVEILLANCE GROUP - UFRGS


Apresentação/Introdução
Globalmente, homens que fazem sexo com homens  (HSH) são desproporcionalmente afetados pela infecção pelo HIV. No Brasil, estima-se que a prevalência de HIV entre esse grupo populacional seja de 18,4%. O uso inconsistente de preservativos (UIP) é um dos principais fatores de risco para a infecção pelo HIV entre HSH. 


Objetivos
Analisar os fatores associados ao uso inconsistente de preservativo com parceiros regulares e casuais entre HSH

Metodologia
Os dados analisados advêm de uma pesquisa transversal, com recrutamento por Respondent-Driven Sampling (RDS), conduzida em 2016, com HSH adultos, de 12 capitais do Brasil. O UIP foi mensurado nas relações sexuais anais ocorridas nos seis meses que antecederam à coleta de dados. Três modelos foram construídos para analisar esse desfecho: a) UIP apenas com parceiros regulares, b) UIP apenas com parceiros casuais e c) UIP com ambos os tipos de parceiros. O grupo de comparação foi o uso consistente de preservativo (UCP) com parceiros regulares e casuais. Para as análises, o modelo multivariável de regressão de Poisson com ajuste robusto da variância foi utilizado, considerando pesos e design.

Resultados
Foram analisados dados de 1779 HSH. Destes, 17,2% (n=267) fizeram UCP com parceiros regulares e casuais, 37,7% (n=658) UIP apenas com parceiros regulares, 7,2% (n=91) UIP apenas com parceiros casuais e 37,9% (n=763) UIP com ambos. Em todos os modelos, a confiança no parceiro sexual e não ter utilizado preservativo na primeira relação sexual estiveram associados com uma uma maior prevalência de UIP.  Por outro lado, o UIP apenas com parceiros regulares (RPa= 0,88, IC95% 0,78-0,99) e o UIP apenas com parceiros casuais (RPa= 0,66, IC95% 0,43-0,99) foi menos prevalente entre HSH ≥ 25 anos. O UIP com ambos os parceiros foi menos prevalente entre HSH não brancos (RPa= 0,87, IC95% 0,78-0,97).

Conclusões/Considerações
O UIP foi frequente entre os HSH, excedendo 80% da amostra. Estratégias de prevenção à infecção pelo HIV entre HSH devem considerar o contexto das relações e o uso de preservativos deve ser incentivado mesmo em relações onde existe confiança entre os parceiros. Estratégias comportamentais também devem ser consideradas, uma vez que HSH que iniciam sua vida sexual sem o uso de preservativo parecem não fazer o uso regular desse insumo de prevenção.