Comunicação Coordenada

24/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC13.11 - IST/AIDS: HOMENS QUE FAZEM SEXO COM HOMENS

39656 - DIFERENÇAS DE GÊNERO E GRAVIDADE DA INFECÇÃO PELO HIV NO MOMENTO DO DIAGNÓSTICO EM VIAMÃO, RIO GRANDE DO SUL
RAFAEL STEFFENS MARTINS - UNISINOS, AMIRY MONTEIRO SANCA - UNISINOS, ARTUR HARTMANN HILGERT - UNISINOS, HINAUÃ ARAÚJO - UNISINOS, ISADORA ÁVILA DA SILVA HALLAL - UNISINOS, MANOELA COIMBRA DE MEDEIROS - UNISINOS, LISIANE MORÉLIA ACOSTA - UNISINOS, SIMONE ÁVILA - UNISINOS, MARIA LETÍCIA RODRIGUES IKEDA - UNISINOS


Apresentação/Introdução
No Brasil, as taxas de mortalidade por Aids sempre foram maiores entre homens cisgêneros em comparação a mulheres cisgêneros. Um dos fatores que contribuem para o maior risco de morte é o diagnóstico tardio.

Objetivos
Avaliar o valor inicial de CD4 de homens e mulheres cisgêneros recém diagnosticados com HIV em Viamão, no Rio Grande do Sul

Metodologia
Estudo transversal com os pacientes recém diagnosticados com HIV entre julho de 2020 e novembro de 2021, vinculados ao Serviço de Atenção Especializada em HIV (SAE) de Viamão, RS. Os dados fazem parte do projeto "Vinculação e retenção de pessoas com HIV em serviços públicos de saúde" em parceria com a Aids Healthcare Foundation (AHF), Unisinos e Secretaria Estadual da Saúde. Utilizou-se de estatística descritiva para avaliar o número de casos recém diagnosticados de acordo com o gênero autorreferido. As medianas do CD4 inicial de pacientes cisgêneros do sexo masculino e feminino também foram estimadas e comparadas pelo teste U de Mann-Whitney considerando nível de significância de 5%.

Resultados
Entre os 150 novos diagnósticos atendidos, 75 (50,0%) eram mulheres cisgênero, 72 (48,0%) homens cisgêneros e 3 (2,0%) mulheres transgêneros. A mediana do primeiro CD4 para homens e mulheres cisgêneros foi de, respectivamente, 307 (IQ: 146,2-456,5) e 372 (IQ: 212,5-629,5). A mediana de CD4 inicial das mulheres é cerca de 21,2% superior ao CD4 dos homens (p=0,03).

Conclusões/Considerações
A descoberta tardia do HIV pode ser mais comum entre os homens devido à estigmatização do HIV como associado a homossexuais, levando os homens heterossexuais a não procurarem o teste. Características relacionadas ao papel de gênero masculino, que podem levar os homens a procurar menos os serviços de saúde, e a ausência de campanhas de prevenção ao HIV destinadas a homens heterossexuais também podem explicar essa diferença.