Comunicação Coordenada

23/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC13.10 - PERSPECTIVAS ETÁRIAS NA DETERMINAÇÃO DA SAÚDE

41996 - ABORDAGEM INTERPROFISSIONAL À ADOLESCENTES DE POPULAÇÕES-CHAVE PARA O HIV QUE FAZEM USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS EM SALVADOR-BA
SUILAN SILVA BRANDÃO AZEVEDO PEDREIRA - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, BEO OLIVEIRA LEITE - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, THAIS FONSECA - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, CAFFA ABREU CABUS - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, LAIO MAGNO - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA; DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA, UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA, INÊS DOURADO - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA


Período de Realização
Fevereiro de 2019 a fevereiro de 2022.

Objeto da experiência
Abordagem interprofissional a adolescentes de populações-chave para o HIV que fazem uso de álcool e outras drogas em Salvador, Bahia.

Objetivos
Descrever a experiência da abordagem multiprofissional a adolescentes de populações-chave para o HIV (i.e., homens que fazem sexo com outros homens - aHSH, travestis e meninas trans - aTrMT) que fazem uso de álcool e outras drogas no Projeto PrEP1519 em Salvador, Bahia.

Metodologia
O estudo PrEP1519 oferta profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP) para aHSH e aTrMT, de 15 a 19 anos, em três capitais do Brasil. Esse é um relato sobre a experiência vivenciada pela equipe interprofissional na clínica PrEPara em Salvador-BA. Adolescentes incluídos no estudo foram acompanhados trimestralmente em atendimentos, através dos quais eram abordados aspectos relativos à prevenção combinada ao HIV, ao consumo de álcool e outras drogas e a sua interferência no uso do preservativo.

Resultados
Foram acompanhados 433 adolescentes em Salvador. Referente ao consumo de bebidas alcoólicas nos últimos 3 meses, 89,1% dos participantes afirmaram ter consumido alguma quantidade de álcool. Além do álcool, foram relatados o consumo de maconha (36,0%), cocaína (5,8%) e LSD (5,8%). Sobre a interferência destas substâncias no uso do preservativo nos últimos três meses, 21% e
12,1% dos participantes referiram que o álcool e outras drogas, respectivamente, interferiu ou dificultou o uso.

Análise Crítica
A equipe realizou atividades educativas de promoção ao consumo seguro de álcool e outras drogas (AD) durante os atendimentos clínicos, além de fornecer orientações sobre estratégias de prevenção ao HIV no contexto do uso de AD. Os casos dos jovens com maior vulnerabilidade social, e em uso abusivo de drogas, foram discutidos pela equipe para identificar demandas em saúde mental, e feito encaminhamento para serviços médico, psicológico e de assistência social especializados, quando necessário.

Conclusões e/ou Recomendações
O atendimento interprofissional dos adolescentes foi baseado em práticas pautadas no acolhimento, escuta ativa, manejo de vínculo e redução de danos. Tendo em vista o possível impacto do uso de álcool e outras drogas com relação à prevenção ao HIV, é necessário estabelecer protocolos para o atendimento deste público, promover espaços de discussão entre os adolescentes e capacitar os profissionais da rede de saúde sobre o tema.