23/11/2022 - 13:10 - 14:40 CC13.9 - SAÚDE, VIOLÊNCIA E PRIVAÇÃO DA LIBERDADE |
40695 - MULHERES MIL:PLANTANDO LIBERDADE ALÉM DAS GRADES.UM PROJETO DE INTERVENÇÃO COM MULHERES PRESAS:EDUCAÇÃO, SAÚDE, TRABALHO, EMPREENDEDORISMO E AUTONOMIA JULIANA PEREIRA DA SILVA FAQUIM - UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - ESCOLA TÉCNICA DE SAÚDE ESTES/UFU, GIOVANNA MENDONÇA IVANCKO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - FACULDADE DE SAÚDE COLETIVA, JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - ESCOLA TÉCNICA DE SAÚDE ESTES/UFU, JÚLIA PALMEIRA MACEDO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA, KAREN REGINA SILVA COSTA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - FACULDADE DE GEOGRAFIA, SANY KARLA MACHADO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - FACULDADE DE GESTÃO E NEGÓCIOS, THAISA RODRIGUES NASCIMENTO DE OLIVEIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - FACULDADE DE NUTRIÇÃO
Período de Realização O projeto foi realizado entre 12/2019 e 12/2021 em uma unidade do sistema prisional em Uberlândia-MG
Objeto da experiência Capacitação profissional articulando saúde, educação e trabalho com autonomia para mulheres presas em Unidade Prisional na cidade de Uberlândia/MG
Objetivos Caracterizar o perfil das mulheres presas, descrever suas percepções sobre vivências na prisão e expectativas de vida, e ofertar capacitação profissional articulando os eixos saúde/educação/trabalho visando no momento oportuno melhores condições de empregos, ou novos empreendimentos.
Metodologia Trata-se de estudo descritivo e exploratório realizado com 68 mulheres de 20 a 67 anos entre dezembro de 2019 e dezembro de 2021 com mulheres encarceradas em unidade prisional de Uberlândia-MG, em regime fechado, sem distinção de conduta criminal. Para coleta dos dados, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com questões-chave envolvendo dados sociodemográficos, jurídicos, familiares, escolaridade, trabalho, saúde, e sobre as percepções das vivências na prisão e expectativas de vida.
Resultados A maioria das mulheres se autodeclarou preta/parda(56%) com ensino fundamental incompleto(42%) e alguma experiência de trabalho(73%). Em torno de 69% relataram precisar de tratamento de saúde, e 76% relataram uso de substâncias psicoativas. Sobre dados jurídicos, os motivos da prisão relacionavam-se ao tráfico de drogas(54%) e furto(26%). Sobre expectativas de vida, as principais respostas foram relacionadas ao retorno da convivência familiar(44%), ter trabalho(26%) e ter acesso à educação(20%).
Análise Crítica O estudo apresenta limitações de um projeto local com recorte de realidade, porém tem relevância social enquanto estabelece relação dialógica entre a universidade e sociedade, e se dedica a um público historicamente excluído do sistema educacional e do mundo do trabalho. Além disso, com a pandemia e suspensão das atividades presenciais, o projeto passou por adaptações, e como forma de finalizar as atividades, a equipe produziu um livro com conteúdo do curso para entregar para as mulheres presas.
Conclusões e/ou Recomendações O projeto contribuiu para articular ações de mão dupla entre universidade e sociedade, preparar as mulheres para a inclusão educacional, produtiva e social através da oferta de capacitação profissional focada na autonomia para inserção no mundo do trabalho no momento oportuno, e por fim, induzir o desenvolvimento de competência institucional na aplicação de metodologias para populações historicamente excluídas do sistema educacional e do mundo do trabalho.
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