23/11/2022 - 13:10 - 14:40 CC13.9 - SAÚDE, VIOLÊNCIA E PRIVAÇÃO DA LIBERDADE |
39363 - CÍRCULO DE MULHERES E O ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM UM BAIRRO PERIFÉRICO DE MACEIÓ, RELATO DE EXPERIÊNCIA. MARIA EDNA BEZERRA DA SILVA - UFAL, ROSIANE KELLEN DE OLIVEIRA SILVA - UFAL, MARIANA GOMES CARNAÚBA - UFAL
Período de Realização De janeiro a março de 2020, em uma comunidade da periferia de Maceió.
Objeto da experiência Apresentar a experiência do projeto de extensão Afro Dendê e os círculos de mulheres no fortalecimento contra a violência doméstica em uma periferia.
Objetivos Realizar oficinas e rodas de conversa sobre empoderamento feminino e fortalecer a luta das mulheres contra a violência doméstica em busca de proteção e garantia dos seus direitos. Criar espaços de fala e construção de vínculos com a comunidade e a Universidade.
Metodologia As estratégias pedagógicas utilizadas foram roda de conversa, práticas corporais de relaxamento e oficinas desenvolvidas a cada 15 dias. As atividades eram iniciadas com leitura de textos com temas disparadores ou relato de uma história de vida de alguma das participantes. Em um segundo momento era distribuído material informativo sobre os tipos de violência e seus impactos na comunidade, com destaque para violência doméstica. Em seguida falávamos de forma dialogada sobre a lei Maria da Penha.
Resultados As ações foram desenvolvidas no primeiro trimestre de 2020, na sede do projeto Afro Dendê. Participaram 25 mulheres com idades entre 12 e 65 anos. Os Círculos de Mulheres se constituíram em verdadeiros espaços de troca, fortalecimento e acolhimento de fala e escuta. Os conflitos e relatos de violência partilhados contribuíram para que as participantes pudessem refletir quanto o peso da vulnerabilidade social produzida por uma sociedade machista, fundada no patriarcado.
Análise Crítica As mulheres relatam que não são acolhidas quando necessitam. Foi problematizado que qualquer forma de violência é inaceitável. Quebrar ciclos de violência e empoderar as mulheres na luta por direito e respeito foi o caminho apontado pelas participantes durante o desenvolvimento do projeto. Ter esses espaços de escuta e acolhimento faz muita diferença, principalmente no contexto de mulheres vulnerabilizadas, contribuindo para refletirem juntas quanto às estratégias que possam fortalecê-las.
Conclusões e/ou Recomendações Algumas participantes relataram ter passado por situações de violência e tiveram dificuldade na assistência. Pela sutileza que os ciclos de violência se mantêm, essas mulheres não se dão conta que estão vivendo uma relação abusiva. É importante que saibam que é possível romper esse ciclo, porém, para isso, elas precisam do apoio de toda sociedade e se apropriar da Lei Maria da Penha enquanto dispositivo legal na luta e enfrentamento da violência.
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