Comunicação Coordenada

23/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC13.8 - IDENTIDADE E SAÚDE: INVISIBILIDADE E INFORMAÇÃO

42708 - DISCRIMINAÇÃO RACIAL, RIGIDÊZ ARTERIAL E ESPESSURA MÉDIO-INTIMAL CAROTÍDEA NO ELSA-BRASIL
LIDYANE V. CAMELO - UFMG, AMANDA VIANA MACHADO - UFMG, LUISA CALDEIRA BRANT - UFMG, LUANA GIATTI - UFMG, DORA CHOR - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, ROSANE HARTER GRIEP - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, JOSÉ GERALDO MILL - UFES, SANDHI MARIA BARRETO - UFMG


Apresentação/Introdução
Introdução: Estudos têm apontado uma profunda desigualdade racial na distribuição de doenças cardiovasculares na população brasileira. Tais diferenças aparentemente podem ser observadas em estágios iniciais das doenças. No entanto, a associação entre discriminação racial e marcadores subclínicos de doenças cardiovasculares permanece pouco explorada.

Objetivos
Objetivos: Investigamos a associação entre a raça/cor da pele e discriminação racial com a velocidade de onda de pulso (VOP) e a espessura médio-intimal carotídea (c-IMT) em participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil).

Metodologia
Métodos: Avaliamos se a discriminação racial estava associada com a VOP e a c-IMT em participantes da linha de base do ELSA-Brasil. A variável explicativa foi criada a partir da combinação entre a raça/cor da pele autorreferida (branca, parda e preta) e a exposição à discriminação racial (sim/não). As variáveis resposta foram utilizadas de forma contínua e categórica, e modelos de regressão linear e logística foram utilizados.

Resultados
Resultados: Após ajustes por idade, sexo e centro de investigação, indivíduos pretos e pardos, tiveram maiores médias de VOP e c-IMT, além de maiores chances de VOP >10 m/s e c-IMT ≥ ao percentil 75 quando comparados aos brancos. A magnitude das associações foi maior entre os pretos e pardos que reportaram discriminação racial quando comparados aos que não reportaram, tanto para VOP quanto para c-IMT. Após ajustes por escolaridade, as associações entre discriminação racial, VOP e c-IMT foram atenuadas, mas se mantiveram estatisticamente significativas.

Conclusões/Considerações
Conclusão: Resultados indicam que a discriminação racial pode ser um dos fatores explicativos para as desigualdades raciais observadas em desfechos cardiovasculares e sugere que a redução das desigualdades raciais pode contribuir para a prevenção dessas doenças.