Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC13.7 - POPULAÇÃO VULNERABILIZADA E INIQUIDADES EM SAÚDE

43913 - • CRONICIDADE POR CHIKUNGUNYA E O APROFUNDAMENTO DA VULNERABILIDADE DE MULHERES VIVENDO EM UMA PERIFERIA DE UMA CAPITAL DO NORDESTE
• • KELLYANNE ABREU SILVA - UECE, • ANTONIO RODRIGUES FERREIRA JÚNIOR - UECE, ANDREA CAPRARA - UECE, • MARIA ROCINEIDE FERREIRA DA SILVA - UECE, • IZAUTINA VASCONCELOS DE SOUSA - UECE, • ADRIANO FERREIRA MARTINS - UFC, RENATA BORGES DE VASCONELOS - UECE, • ALDA KETHELLEN ABREU SILVA - UEVA, • PAULA RIVELE GOMES SOUSA MENDES - UFC


Apresentação/Introdução
A infecção aguda por chikungunya pode evoluir com cronicidade. Ser mulher está associado ao desenvolvimento desta cronicidade. O reumatismo inflamatório crônico induz a uma experiência de dor, produzindo incapacidade, é responsável pela carga de morbidade produzida que afeta a vida das pessoas transpondo o comprometimento fisiológico, englobando o cultural, o social e o psíquico.

Objetivos
• Descrever o aprofundamento da condição de vulnerabilidade em mulheres experienciando a cronicidade por chikungunya em uma periferia de uma capital do nordeste

Metodologia
Pesquisa qualitativa, realizada na periferia de uma capital do nordeste brasileiro, em duas áreas com histórico de alto índice de adoecimento por arboviroses. A coleta de informações foi realizada de fevereiro a abril de 2019. A identificação das participantes foi realizada na base de dados o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), totalizando 19 mulheres que adoeceram de chikungunya em 2017 e estavam vivendo a cronicidade. Responderam a uma entrevista semiestruturada. O material empírico foi submetido à análise de conteúdo com uso do NVivo, e interpretado à luz do referencial da Antropologia da Dor de Le Breton. Observou-se a resolução 512 do Conselho Nacional de Saúde.



Resultados
As mulheres em cronicidade por chikungunya residentes na periferia de uma capital nordestina, expressavam sua vulnerabilidade em um perfil composto em sua maioria por negras, com baixa ou nenhuma, escolaridade e renda, com atividade trabalhista informal, quase metade sem companheiro e dependentes do Sistema Único de Saúde. Na vivência da cronicidade foram tomadas por incapacidade refletida na presença de dor, perda da mobilidade e da funcionalidade, redução da força de trabalho, por conseguinte da renda, e ao aumento da demanda por recursos de saúde não acessíveis, como a ruptura com o convívio social. O mundo e a vida dessas mulheres foram atravessados pela experiência da dor.

Conclusões/Considerações
A condição social destas mulheres antes de adoecer era precária, pode-se dizer da vida severina que elas já levavam anterior a este evento, no entanto, com as alterações decorrentes da cronicidade por chikungunya, houve um aprofundamento da privação vivida em função da redução da força de trabalho e da renda mediante a um adoecimento impõe limitações ao mesmo tempo que demanda mais recursos para as necessidades da vida.