Comunicação Coordenada

23/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC13.6 - SAÚDE DAS MULHERES, CUIDADO E REDES

38499 - EVANGÉLICOS, AGENDA NEOCONSERVADORA E A POLÍTICA DE SAÚDE DAS MULHERES: UMA ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA
ANA ESTER MARIA MELO MOREIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO DELTA DO PARNAÍBA, CARMEN FONTES DE SOUZA TEIXEIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA


Apresentação/Introdução
A participação política dos evangélicos e o fortalecimento de uma agenda neoconservadora em torno das questões de gênero, sexualidade e reprodução têm impactado nos avanços históricos do movimento feminista no âmbito das políticas de saúde das mulheres, cabendo, assim, investigar as concepções e propostas dos parlamentares da “bancada evangélica” no Congresso Nacional com relação ao tema.

Objetivos
Analisar a produção científica acerca da expansão e participação política dos evangélicos o Brasil; identificar os principais trabalhos relacionados a concepções e propostas da bancada evangélica acerca dos direitos sexuais e reprodutivos.

Metodologia
Trata-se de uma revisão integrativa da produção científica nacional registrada no Portal de periódicos da CAPES usando o descritor “evangélico”. Foram selecionados 161 artigos, dos quais foram lidos os resumos e extraídas as seguintes informações: título, ano de publicação, procedência institucional dos autores, objetivo, metodologia, resultados e referência completa, dispostos em uma matriz no formato Excel. A análise contemplou aspectos quantitativos e qualitativos dos estudos, gerando tabelas e gráficos da evolução temporal das publicações, distribuição institucional dos autores, áreas de conhecimento dos trabalhos, classificação dos temas e objetos abordados e desenhos de estudo.

Resultados
Cerca de 45,2% dos trabalhos contemplam aspectos históricos da expansão das igrejas evangélicas no Brasil enquanto cerca de 28,8% tratam das relações entre religião e política, especialmente a participação dos evangélicos na redemocratização do país, a eleição de lideranças das igrejas neopentecostais para o Congresso Nacional, a criação da Frente Parlamentar Evangélica e sua inserção na “nova direita”. Destacam-se estudos da “agenda neoconservadora”, que inclui o estímulo ao empreendedorismo econômico e críticas à chamada “ideologia de gênero”, que embasa os ataques às conquistas do movimento feminista e do movimento LGBTQIA+ no que tange às políticas de saúde da mulher e da população LGBTQIA+.

Conclusões/Considerações
A produção científica nacional evidencia a crescente participação política dos evangélicos no debate em torno da implementação de Políticas de saúde, através de críticas e elaboração de propostas alternativas aos objetivos e estratégias da Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher e da Política de Saúde da População LGBT, configurando um retrocesso na garantia de direitos humanos conquistados pelos movimentos feminista e LGBTQIA+ no SUS.