Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC13.4 - SAÚDE E LUTAS SOCIAIS: POVOS ORIGINÁRIOS, QUILOMBOLAS, POPULAÇÃO NEGRA

38696 - PROGRAMA EMPODERADAS: TRAJETÓRIAS DE SOBREVIVÊNCIA DE MULHERES NEGRAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA
THAYNÁ TRINDADE DA SILVA DE ANDRADE - UERJ, JULIANA DE ARAÚJO GALLO - UERJ


Apresentação/Introdução
O Programa Empoderadas/RJ atua na prevenção e combate à violência contra a mulher, através da pesquisa-ação. Promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos em parceria com a UERJ, considera a inter-relação entre categorias de opressão. Projetando estudos críticos sobre a não universalidade da categoria mulher e atuando como ferramenta na busca por transformação e justiça.

Objetivos
Evidenciar e analisar as narrativas de mulheres atendidas pelo Empoderadas, em especial, mulheres negras e periféricas que foram vítimas de violência, destacando categorias facilitadoras na promoção da saúde e vida dessas mulheres.

Metodologia
A pesquisa vem sendo realizada pela equipe Empoderadas-UERJ no estado do Rio de Janeiro, por meio de entrevistas semiestruturadas com mulheres atuantes e/ou atendidas nos polos do projeto. As análises estão sendo realizadas a partir dos conceitos de Interseccionalidade (COLLINS; BILGE, 2021) e Decolonialidade (BERNADRINO-COSTA; MALDONATO-TORRES; GROSFOGUEL, 2020), com base nas autonarrativas dessas personagens. Propomos a utilização das categorias Corpo-Político e Ressignificação, tendo a dinâmica racial do corpo como ponto central de inflexão.

Resultados
Os resultados da pesquisa se mostram capazes de promover novas perspectivas de produção de conhecimento, necessariamente implicado na luta contra a colonialidade, contra o racismo, no enfrentamento à violência de gênero, na conservação e promoção da vida de mulheres negras. O conceito de interseccionalidade nos ajuda a correlacionar a situação de violência de gênero vivenciada como um continum da desigualdade que reafirma um modelo de sociedade no qual o corpo negro, feminino e pobre é o mais atingido por essa lógica, já que grupos com desvantagens múltiplas são afetados desproporcionalmente (COLLINS e BILGE, 2021, p. 120).

Conclusões/Considerações
A análise das entrevistas nos possibilitou concluir, que as categorias trabalho e renda, amor próprio, espiritualidade, liderança e advocacy podem ser consideradas como facilitadoras do processo de sobrevivência, saúde e emancipação dessas mulheres. Associadamente, a decorrente ressignificação e formação de redes de apoio entre mulheres em situação de violência ou em eminência de, configura uma sinergia teórico-práxis.