21/11/2022 - 13:10 - 14:40 CC13.3 - DESIGUALDADES SOCIAIS E INTERSSECIONALIDADE NA SAÚDE |
40839 - DESIGUALDADES RACIAIS E MATERNIDADE ADOLESCENTE: UM ESTUDO DA COORTE DE 100 MILHÕES DE BRASILEIR@S DANDARA DE OLIVEIRA RAMOS - ISC-UFBA/ CIDACS-FIOCRUZ BAHIA/ IYALETA, EMANUELLE FREITAS GÓES - CIDACS-FIOCRUZ BAHIA/UBUNTU CENTER/IYALETA, ANDRÊA JACQUELINE FORTES FERREIRA - CIDACS-FIOCRUZ BAHIA/UBUNTU CENTER/IYALETA, KARINA CARDOSO MEIRA - UFRN, VITÓRIA GABRIELA AMORIM NUNES - UFBA, NUBIA DOS REIS PINTO - UFBA, EVERLY CAROLINE DA CRUZ TEIXEIRA - PPGSC-UFBA, JAMILE MENDES DA SILVA SANTOS - UFBA, MAURÍCIO LIMA BARRETO - CIDACS-FIOCRUZ BAHIA/ ISC-UFBA
Apresentação/Introdução No Brasil, 14% dos nascidos vivos são de mães adolescentes (10 e 19 anos). Percentual elevado em comparação com países desenvolvidos e de desenvolvimento similar. A maternidade adolescente tem marcadores gênero, raça, geração e classe A Coorte de 100 Milhões de Brasileiros oportuniza o estudo de tais aspectos, agregando dados da parcela mais pobre da população relativos à saúde e condições de vida.
Objetivos Descrever as desigualdades raciais e etárias no acesso ao pré-natal, no baseline da Coorte100M e em comparação às mães adolescentes e não adolescentes de todo o Brasil (SINASC-Datasus).
Metodologia Estudo descritivo da linha de base da Coorte100M (2006-2015). Os dados da Coorte100M foram originados do linkage por similaridade entre o Cadastro Único para programas sociais do governo federal e a base de dados do Sistema de Informações de Nascidos vivos (SINASC), enquanto os dados de toda a população brasileira foram extraídos da base do SINASC via TabNet. Foram calculados o percentual de NVs de mães adolescentes por grupo etário e as razões de prevalência(IC 95%) para pré-natal inadequado (<7 consultas), considerando mães adolescentes versus as mães adultas em toda a população de estudo e na comparação de mães adolescentes negras (pretas e pardas) e não negras (brancas e de origem asiática).
Resultados Na coorte, a frequência de pré-natal inadequado entre mães adolescentes é significativamente superior ao grupo de adultas (RP=1,34; 95%IC 1,34-1,35), padrão similar ao da pop geral (RP=1,06; 95%IC 1,06-1,07) embora com maior magnitude. As desigualdades entre mães adolescentes negras e não negras no acesso ao pré-natal foram de menor magnitude na coorte (RP=1,41; 95%IC 1,40-1,42) do que na pop geral (RP=1,48; 95%IC 1,48-1,49), padrão observado também entre as adultas (Coorte100M RP=1,49; 95%IC 1,49-1,50; e Pop Brasil RP=2,04; 95%IC 2,04-2,05).
Conclusões/Considerações Concentrando a parcela mais pobre da população, o percentual de maternidade adolescente na Coorte100M é mais elevado. Compreendendo a atenção obstétrica na interseção raça x classe x geração, as desigualdades raciais e etárias impõem barreiras no acesso ao pré-natal, observadas no país e com diferentes magnitudes na coorte. Conclui-se que o contexto de pobreza interage com as desigualdades etárias e raciais com diferentes intensidades.
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