Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC13.2 - POPULAÇÃO LGBTQIA+, CUIDADO E DIREITOS HUMANOS NA SAÚDE - 2

44938 - FATORES DE VULNERABILIDADE ASSOCIADOS À INFECÇÃO PELO HIV ENTRE TRAVESTIS E MULHERES TRANS NO MUNICÍPIO DO RECIFE-PE
ALESSANDRA MARIA MONTEIRO E SILVA - FIOCRUZ-PE/SES-PE, ANA MARIA DE BRITO - FIOCRUZ-PE, SANDRA MARIA SILVA BRIGNOL - UFF


Apresentação/Introdução
No contexto da epidemia de HIV/aids, travestis e mulheres trans são desproporcionalmente afetadas, apresentando elevadas prevalências de HIV tanto em comparação com a população geral quanto com os demais grupos sociais em situações de vulnerabilização.

Objetivos
Neste sentido, este estudo teve como objetivo estimar a prevalência da infecção pelo HIV e analisar a associação entre fatores de vulnerabilidade (individual, social e programática) e a infecção pelo HIV entre travestis e mulheres trans no município do Recife.

Metodologia
Trata-se, portanto, de um estudo observacional, de caráter transversal, realizado a partir do recorte de dados obtidos por meio do “Estudo de abrangência nacional de comportamentos, atitudes, práticas e prevalência para o HIV, sífilis e hepatites B e C entre travestis em 12 municípios brasileiros” – Pesquisa DIVAS. Como estratégia para análise dos dados sociocomportamentais e dos testes sorológicos para HIV, foi utilizado o modelo de regressão logística multivariada. Para a análise da prevalência do HIV e dos fatores associados foi aplicado o estimador RDS II, e para as diferenças estatísticas foram utilizados o teste Qui-quadrado, de Person, e odds ratio com intervalo de confiança de 95%.

Resultados
55% eram mulheres trans, 79,9% não branca, 98,2% tinham até 8 anos de educação, 55,7% a ocupação de profissional do sexo, 89,6% relataram transfobia, 72,2% nunca integraram movimentos de participação social. 74,6% já fez testes de HIV, 50,2% já usaram hormônios e 95,7% já fez alguma modificação corporal. A faixa etária de início da vida sexual mais comum (54,4%) foi antes dos 14 anos. 62,6% afirmaram o acesso a consultas médicas há menos de 12 meses, 67,8% relataram a realização do teste para HIV em serviços públicos, 80% declararam a oferta de tratamento e 52,8% comunicaram o respeito a identidade de gênero nestes espaços. A prevalência estimada do HIV foi de 28,5% (IC95%: 22,2-34,7).

Conclusões/Considerações
Concluiu-se através do modelo de análise que os fatores associados a prevalência estimada do HIV, em que há o aumento da vulnerabilidade na população de estudo mais relevantes estatisticamente foram educação, ser travesti, a faixa etária, modificações corporais, idade de início da vida sexual, teste prévio de HIV, atividades sexuais remuneradas, estar casada e ter feito o teste devido oferta, trabalho ou pedido do parceiro.