Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC13.2 - POPULAÇÃO LGBTQIA+, CUIDADO E DIREITOS HUMANOS NA SAÚDE - 2

43178 - TEORIA FUNDAMENTADA NA SOBREVIVÊNCIA DA PESSOA TRAVESTI E TRANSEXUAL À IDEAÇÃO SUICIDA
GLAUBER WEDER DOS SANTOS SILVA - SESAP/RN, FRANCISCO ARNOLDO NUNES DE MIRANDA - UFRN, JOSÉ LUÍS GUEDES DOS SANTOS - UFSC, EDER SAMUEL OLIVEIRA DANTAS - UFRN, KARINA CARDOSO MEIRA - UFRN, JOVANKA BITTENCOURT LEITE DE CARVALHO - UFRN


Apresentação/Introdução
O suicídio é um grave problema de saúde pública e a ideação suicida tem sido identificada na literatura como melhor preditor para preveni-lo, em particular entre pessoas travestis e transexuais. Descobrir as estratégias, mecanismos e dispositivos para superação da ideação suicida entre travestis e transexuais constituem um importante passo para valorizar suas vidas e o bem viver.

Objetivos
Compreender como pessoas travestis e transexuais lidam com a ideação suicida.

Metodologia
Utilizou-se o método da Grounded Theory na vertente pós-positivista. O cenário da pesquisa foram 04 ONG de ativismo trans no Rio Grande do Norte, Brasil. Participaram do estudo 18 colaboradores, divididos em 05 grupos amostrais: pessoas trans com ideação suicida, pessoas trans líderes/ativistas, familiares, pessoas trans em hormonioterapia e profissionais de saúde do ambulatório especializado. Dados coletados e analisados por meio de entrevistas em profundidade no período de 2018 a 2021, com procedimentos de codificações aberta, axial e seletiva e construção de diagramas, memorandos e matrizes consequenciais. Elaborou-se um modelo teórico-explicativo. Estudo aprovado pelo CEP/UFRN.

Resultados
Do processo de teorização, elaborou-se a categoria central “A pessoa travesti e transexual buscando aceitação para sobrevivência à ideação suicida”, que integra dois fenômenos: “A interdição da vida trans gerando sofrimento” e “Empoderando-se para superar a ideação suicida”. O modelo teórico-explicativo é composto por três componentes e onze categorias: Condições – “Convivendo em família” e “Buscando o ativismo trans”; Ações/interações – “As redes de apoio”, “A Escola”, “O mundo do trabalho”, “Os serviços de saúde” e “Os profissionais de saúde; Consequências – “A autorregulação”, “O comportamento suicida”, “A hormonização” e “Sendo quem é”.

Conclusões/Considerações
A sobrevivência das pessoas travestis e transexuais à ideação suicida é possível quando a família e sociedade lhes aceitam e conferem o bem viver. A posição social e de classe marcada pelo ativismo, as condições de acesso ao mundo do trabalho e da educação e o alcance das políticas de saúde e de gênero lhes concedem autonomia sobre seus corpos, a expressão libertária da identidade de gênero e o direito a ser quem é, de fato.