21/11/2022 - 13:10 - 14:40 CC13.1 - POPULAÇÃO LGBTQIA+, CUIDADO E DIREITOS HUMANOS NA SAÚDE – 1 |
39843 - ENCONTROS ENTRE A VIVÊNCIA DOS USUÁRIOS LGBTIA+ E O COTIDIANO DO TRABALHO DE UMA UBS DA ZONA OESTE DE SP: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE PACTUAÇÕES REPRESENTATIVAS. JULIA DE CAMPOS CARDOSO ROCHA - FMUSP, DANIELA GONSALEZ MATAR TUCCI - FMUSP, DÉBORA VIANA DA ROCHA - FMUSP, LUCAS MAGALHÃES MOREIRA - FMUSP, MÔNICA CRISTIANE RODRIGUES - FMUSP, MICHELE DE CARVALHO SANTANA - SPDM, ANA EMILIA RAMOS BAGUEIRA LEAL - SPDM, GABRIELA JUNQUEIRA CALAZANS - HCFMUSP
Período de Realização Estágio de Gestão de Residentes de MFC e Multiprofissional em Saúde Coletiva (março a maio de 2022).
Objeto da experiência Barreiras ao acesso de pessoas LGBTIA+ a cuidados em saúde em UBS sob o olhar dos processos de trabalho em diálogo com usuários e trabalhadores.
Objetivos Identificar barreiras ao acesso da população LGBTIA+ do território adscrito aos cuidados em saúde na UBS/AMA Jd. São Jorge, São Paulo, e construir soluções coletivas e representativas por meio do diálogo com usuários e trabalhadores.
Metodologia A partir de demanda de acúmulo de insumos de prevenção de IST/AIDS para a população LGBTIA+ na farmácia, iniciamos diagnóstico sobre seu acesso à UBS. Incluindo: encontros com usuários, equipes de saúde e especialista, mudanças na ambiência do serviço (com broches LGBTIA+ para trabalhadores e cartaz sobre nome social e bandeira LGBTIA+), coleta de dúvidas em urna anônima e oficinas de sensibilização dos trabalhadores, que resultaram na construção de fluxos orientativos.
Resultados Encontros com usuários valorizaram a ambiência e o mapeamento das demandas norteou o diálogo com os trabalhadores. Desse diálogo emergiram: não-reconhecimento da população LGBTIA+ no território; fragilidades no acolhimento e encontro clínico; discriminação; quebra de sigilo; redirecionamento dos usuários para outros serviços; problemas do uso do nome social em instrumentos e sistemas adotados. A reflexão propiciada pelo diálogo produziu soluções coletivas e sentimento de pertença dos envolvidos.
Análise Crítica O encontro entre os usuários, especialistas em suas experiências do mundo e do serviço como LGBTIA+, e os profissionais, especialistas em atenção à saúde, possibilitou a produção de um cuidado capaz de responder às vulnerabilidades enfrentadas pelos sujeitos e uma reflexão sobre o cotidiano do trabalho, diminuindo sua alienação. A implementação de políticas públicas de saúde na ponta só pode se consolidar plena e organicamente, quando as pessoas implicadas são coparticipantes.
Conclusões e/ou Recomendações A imersão no cotidiano da UBS no Estágio de Gestão fortaleceu formação profissional em saúde compromissada com os princípios do SUS e sugeriu caminhos de uma gestão atenta ao encontro dos diferentes atores. Ferramentas necessárias para diminuir vulnerabilidades e evitar que diferenças se tornem desigualdades, impedindo o acesso à saúde. Além de repertório importante sobre a articulação da saúde coletiva às diversidades.
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