Comunicação Coordenada

21/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC13.1 - POPULAÇÃO LGBTQIA+, CUIDADO E DIREITOS HUMANOS NA SAÚDE – 1

38985 - SAÚDE TRANS NAS ESCOLAS DE MEDICINA FLUMINENSES: ESPELHO DA REALIDADE VULNERÁVEL DO ENSINO MÉDICO BRASILEIRO
HENRIQUE RIBEIRO MENDES - FACULDADE DE MEDICINA DE PETRÓPOLIS, DANIELA LACERDA SANTOS - FACULDADE DE MEDICINA DE PETRÓPOLIS, JOÃO FILIPE DE SANT'ANNA DUTRA - FACULDADE DE MEDICINA DE PETRÓPOLIS, ALIFER DE SOUZA FARIA - ITPAC SANTA INÊS, HELENA DE ANDRADE NOGUEIRA LUCENA - FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ, TALITA LELIS BERTI - FACULDADE DE MEDICINA DE PETRÓPOLIS


Apresentação/Introdução
Todo indivíduo deve ter seus direitos sexuais e reprodutivos assegurados. No entanto, observa-se uma lacuna na formação e na capacitação dos profissionais em saúde (PAIVA, et al, 2021). Ainda, percebe-se a ausência de uma educação médica não binária e menos organicista, sendo necessária a atualização curricular na formação acadêmica para romper com as dicotomias existentes (VAL, et al, 2019).

Objetivos
Avaliar as grades curriculares das faculdades de medicina, públicas e privadas, do estado do Rio de Janeiro, acerca da oferta de disciplinas - obrigatórias e/ou eletivas - que tratem sobre o cuidado, saúde e perspectiva geral dos corpos trans.

Metodologia
O Relato de Pesquisa trata-se de uma pesquisa qualitativa, em vista da intencionalidade de análise dos resultados, tendo sido baseado na coleta de dados a partir do sítio eletrônico das universidades fluminenses, analisando as grades de forma minuciosa, a fim de obter informações a respeito de disciplinas ligadas à sexualidade, especialmente alguma que aborda o tratamento dos corpos trans. As consultas foram feitas na primeira quinzena deste mês de maio de 2022 e o trabalho, dividido em duas etapas: (1) extração de todos os links úteis à pesquisa e (2) análise das referidas grades, contendo todas as unidades curriculares, uma a uma.

Resultados
Identificou-se uma escassez de disciplinas que trabalhem a temática apresentada. Nelas, fala-se sobre as saúdes da mulher e do homem, todavia, acredita-se que os programas estejam cravados na cis heteronormatividade, não ensinando sobre o cuidado especializado às pessoas transgêneros. Dentre todas as análises, somente três instituições (Universidade Federal do Rio de Janeiro - cidade universitária e Macaé - e Faculdade de Medicina de Campos) apresentaram unidade curricular eletiva a respeito da sexualidade humana, um título abrangente que não menciona se, de fato, trabalha todas as orientações sexuais e identidades de gênero, principalmente no que tange ao cuidado do corpo trans.

Conclusões/Considerações
O conhecimento acadêmico brasileiro ainda é exíguo frente a questões relativas à sexualidade, para além do campo cis hétero. O que, não obstante, eleva a probabilidade de formarem-se médicos despreparados para lidar com os atendimentos futuros, mediante às particularidades do público, hostilizando-o e contribuindo para perpetuar as violências. Urge-se a necessidade de ampliar estudos e o debate sobre essa temática nos cursos da saúde.