SA12.10 - INFORMAÇÃO E ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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43927 - TEMAS EMERGENTES PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE SEXUAL: A SOCIALIZAÇÃO PARA A SEXUALIDADE PELA INTERNET ENTRE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO - SEXTING E DIFERENÇAS DE GÊNERO VALÉRIA NANCI SILVA - DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA SOCIAL E DO TRABALHO – INSTITUTO DE PSICOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL., JAN STANISLAS JOAQUIM BILLAND - DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA SOCIAL E DO TRABALHO – INSTITUTO DE PSICOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL., VERA PAIVA - DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA SOCIAL E DO TRABALHO – INSTITUTO DE PSICOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL.
Apresentação/Introdução A Internet media a socialização para a sexualidade dos adolescentes e jovens, dá acesso a conteúdos sexuais, assim como informações sobre saúde sexual e reprodutiva. O vazamento de imagens de nudez, exploração sexual e demais violações online, que vitimam mais as garotas, tornaram-se preocupações das famílias e temas emergentes para educadores e profissionais de saúde.
Objetivos Analisar as diferenças no acesso e troca de conteúdos sexuais entre garotos e garotas, estudantes do ensino médio, e suas implicações para intervenções de letramento digital e promoção da saúde sexual e reprodutiva nas escolas.
Metodologia Analisamos os resultados de um questionário autopreenchido em 2019 por 719 estudantes de 3° ano de 9 escolas públicas de ensino médio de 3 cidades do Estado de São Paulo, que abordou: frequências dos acessos, compartilhamentos e fatores associados às visualizações de conteúdos sexuais na Internet; esses dados foram contrastados com relatos etnográficos de rodas de conversa, realizadas em 2020 com cerca de 150 estudantes das escolas envolvidas, matriculados no programa de Iniciação Científica do Ensino Médio, em que discutiram os resultados preliminares desse questionário.
Resultados Quase 50% viu algum conteúdo sexual na Internet, e quatro entre dez viram pessoas nuas ou fazendo sexo, sem diferenças entre gêneros. Os estudantes com experiência sexual e os garotos visualizaram, receberam e enviaram significativamente mais imagens de nudez/prática sexual. Menores de 18 anos, sem prática sexual e as garotas, significativamente mais se incomodam com as visualizações de cunho sexual. Não houve associação entre pedido/envio de imagens de nudez e a maioridade. Estudantes relataram que os acessos são maiores do que os declarados e as trocas de imagens de nudez constituem preliminares para relações afetivas-sexuais posteriores.
Conclusões/Considerações O uso da Internet para acessar conteúdos sexuais é comum entre estudantes secundaristas e reflete normas de gênero. Para promover a saúde sexual e reprodutiva é preciso dialogar com eles/elas sobre essas experiências online, promovendo o uso mais seguro desses recursos (letramento digital) e considerando diferenças de gênero, idade e experiência sexual.
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