Sessão Assíncrona


SA12.10 - INFORMAÇÃO E ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

41230 - “CINEDEBATE” COMO FERRAMENTA PARA DISCUSSÃO DO ACOLHIMENTO NA APS
MATHEUS VERAS MARTINS - ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA - ENSP/FIOCRUZ, AMANDA BESSA RIBEIRO DE LIMA - ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA - ENSP/FIOCRUZ, EDUARDA GARCEZ ALMEIDA - ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA - ENSP/FIOCRUZ, GABRIEL NASCIMENTO ROCHA - ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA - ENSP/FIOCRUZ, MARIA BIRMAN CAVALCANTI - ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA - ENSP/FIOCRUZ, PRISCILA SANTANA DE ALMEIDA - ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA - ENSP/FIOCRUZ, LUANA LARA RODRIGUES CAETANO - SECRETÁRIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO - SMS-RJ


Período de Realização
O cinedebate foi realizado em maio de 2022 e permanecerá em andamento, com frequência mensal.

Objeto da experiência
Exibição de um filme no auditório da Clínica da Família (CF) e roda de conversa com agentes comunitários de saúde (ACS), mediada por residentes.

Objetivos
Estabelecer um espaço de educação permanente para ouvir as formulações dos ACS acerca do acolhimento aos usuários da CF e refletir em conjunto sobre acesso. Em maio, tendo em vista a comemoração do Dia da Luta Antimanicomial, o objetivo foi debater o acolhimento de usuários em sofrimento psíquico.


Metodologia
“Ouvidores de Vozes” foi o documentário selecionado (duração: 52 minutos). Os residentes organizaram duas exibições do filme em turnos distintos na mesma semana. Após o filme os residentes propuseram como dinâmica que os ACS compartilhassem, de forma anônima, comportamentos próprios que podem ser considerados “loucos”. A roda de conversa durou 1h e a mediação procurou relativizar a categoria “loucura” e estimular debates sobre a forma como usuários “loucos” são acolhidos na CF.

Resultados
24 ACS participaram, em um universo de 35 ACS atuantes na CF. Todos os 6 residentes, de distintas categorias profissionais, estiveram presentes. O filme exibido mobilizou os espectadores e a dinâmica da roda de conversa permitiu a troca de saberes e vivências entre residentes e ACS. Lacunas no acolhimento e estabelecimento de vínculo com usuários em sofrimento psíquico foram exploradas. A proposta de debater com os ACS o acolhimento, um dos atributos essenciais da APS, foi empreendida com êxito.

Análise Crítica
A realização do cinedebate configura a retomada de espaços de educação permanente que estiveram fragilizados por conta da pandemia de COVID-19, e contribui para a construção coletiva de espaços humanizados para trabalhadores e usuários. Os ACS são importantes mediadores do acesso da população à CF, e é fundamental conhecer como se apropriam dos constructos teóricos elaborados no campo da saúde coletiva. Assistir a um filme durante o expediente de trabalho foi uma atividade muito bem recebida.

Conclusões e/ou Recomendações
A exibição de filmes como atividade de educação permanente no contexto da APS causa deslocamentos e promove um espaço fértil para a reflexão. O cinedebate é um modo efetivo de proporcionar trocas entre trabalhadores da saúde, especialmente acerca de temáticas que podem ser áridas se expostas de outra forma, como é o caso do sofrimento psíquico. A elaboração prévia de dinâmicas para estimular o debate é recomendada.