Sessão Assíncrona


SA12.10 - INFORMAÇÃO E ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

39280 - NARRATIVAS SOBRE RACISMO E SOFRIMENTO PSÍQUICO: A PRODUÇÃO DE CONTEÚDO DE MULHERES NEGRAS EM REDES SOCIAIS
GLAUCIA HELENA DE PAULA SANTIAGO - IFF - FIOCRUZ, PAULA GAUDENZI - IFF- FIOCRUZ


Apresentação/Introdução
A pesquisa problematiza a relação entre racismo e sofrimento psíquico a partir das narrativas compartilhadas por YouTubers negras. Compreende-se a intersecção entre raça e gênero e problematiza-se a formação hegemônica dos profissionais de saúde mental, majoritariamente pensada a partir de um sujeito único, com características brancas e europeias.

Objetivos
Refletir sobre as experiências contadas por youtubers negras sobre racismo e sofrimento psíquico e sua relação com as práticas de cuidado


Metodologia
Realizou-se uma busca no YouTube com os buscadores “Saúde Mental da Mulher Negra”, “Mulher negra e Sofrimento Psíquico” e “Mulher Negra e Saúde Mental”, com resultados organizados a partir da quantidade de visualizações. Percebeu-se que os vídeos mais visualizados diziam respeito a três canais protagonizados por mulheres negras que foram selecionados para serem analisados na pesquisa. Foram analisados os vídeos de apresentação dos canais, bem como vídeos que abordavam a temática da saúde mental das apresentadoras.


Resultados
Foram analisados vídeos de três canais de YouTube. As apresentadoras narram percepções do racismo em seu cotidiano e questões relativas à própria saúde mental. Em vídeos onde passam maquiagem, narram eventos como uma crise de ansiedade ou quando começaram a tomar medicação psiquiátrica. Dizem fazer acompanhamento psicológico e recomendam que toda mulher o faça. Durante os vídeos as apresentadoras afirmam o quanto é importante o retorno que recebem de suas seguidoras para continuarem a produzir conteúdo. Trata-se de uma pesquisa ainda em andamento de maneira que são apresentadas as primeiras análises sobre o tema.


Conclusões/Considerações
Discutir publicamente sobre o enfrentamento às violências racistas pode ser compreendido como forma de resistência ao racismo. As apresentadoras afirmam a importância de se sentirem acompanhadas por quem as assiste. O ato de narrar pode ser compreendido como benéfico e pode haver expectativas de promoção de letramento racial a partir do compartilhamento de experiências pessoais.