Sessão Assíncrona


SA12.10 - INFORMAÇÃO E ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

38966 - O USO E CENTRALIDADE DA INTERNET, REDES SOCIAIS E APLICATIVOS MÓVEIS PARA A SAÚDE DE MULHERES PUÉRPERAS, RESIDENTES NO DISTRITO FEDERAL
DANIELA CRISTINA GADELHA LOPES - UNB/FCE, ANTONIA ANGULO-TUESTA - UNB/FCE, PATRÍCIA DE SOUZA REZENDE ANDERLE - UNB/FCE


Apresentação/Introdução
No cenário atual de ampliação das tecnologias digitais, os cuidados de saúde são marcados pelo grande volume de informações acessado com uso de aplicativos móveis, redes sociais e buscas na internet. Discutimos a importância desses recursos na saúde de puérperas a partir dos resultados do estudo realizado com mulheres de camadas médias urbanas, residentes do Distrito Federal (DF), de 2019 a 2021.

Objetivos
Entender o uso e a centralidade da internet, redes sociais e aplicativos móveis para a saúde de mulheres no puerpério.

Metodologia
Realizamos entrevistas semiestruturadas com 24 puérperas residentes no DF. Elaboramos um documento (corpus) com suas experiências no uso de aplicativos, buscas caseiras na internet, em redes sociais ou grupos virtuais que participavam. Submetemos o corpus à análise do software Iramuteq, via Classificação Hierárquica Descendente (CHD) que cria um dendograma, representando a quantidade e composição léxica de classes, organizadas a partir do agrupamento de termos semelhantes com a frequência de cada um deles. Considera-se um bom aproveitamento, o índice de 75%. Neste trabalho obtivemos índice de 85,55%. O estudo foi aprovado pelo CEP/FCE sob parecer nº 3.421.615.

Resultados
A maioria declarou-se parda, tinha plano de saúde e ensino superior completo ou em curso. Todas as experiências ocorreram em plataformas corporativas e não houve menção sobre o seu impacto nas relações com profissionais e serviços de saúde. As falas destacaram: sensação de acolhimento, apoio, parceria e troca em grupos de mensagens; uso de aplicativos móveis e detalhes de suas funcionalidades; buscas caseiras na internet para dúvidas urgentes e em redes sociais para aprendizados sobre situações cotidianas; a importância das primeiras semanas de puerpério, quando o uso destes recursos era mais intenso e; por fim, comparações feitas entre si nos espaços virtuais, geradoras de angústias.

Conclusões/Considerações
As narrativas revelaram um puerpério solitário, sem referências aos impactos das interações virtuais nas relações com profissionais de saúde. O uso de redes sociais, internet e aplicativos móveis é mais intenso no início do puerpério, momento crucial para as mulheres. A menção de plataformas exclusivamente corporativas aponta desafios para a incorporação destes recursos no SUS, seja para ampliar a cobertura da atenção, seja na educação em saúde.