Sessão Assíncrona


SA12.9 - EDUCAÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE (TODOS OS DIAS)

38688 - AGÊNCIA E RESPONSABILIDADE DOS ADOLESCENTES NA PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL: UM ESTUDO QUALITATIVO COM JOVENS BRASILEIROS
JOSIMAR ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MENDES - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, SHEILA GIARDINI MURTA - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, FELIPE RODRIGUES SISTON - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, RAFAELA DE OLIVEIRA DA CUNHA - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, BRENDA THALLYS ROCHA SEABRA - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, JULYANA ALVES FERREIRA - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, VICTOR HUGO DE LIMA SANTOS - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, RAFAEL RIBEIRO ALVES DE SOUZA - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, ILINA SINGH - UNIVERSITY OF OXFORD, GABRIELA PAVARINI - UNIVERSITY OF OXFORD


Apresentação/Introdução
Devido ao atual contexto político e seus desdobramentos no Brasil, tanto os direitos dos jovens quanto os cuidados com a saúde mental estão ameaçados. Esse cenário foi agravado pela pandemia do COVID-19. Uma estratégia potencialmente eficaz para ajudar os jovens a lidar com as questões de saúde mental é estimular o seu senso de agência e responsabilidade em relação à saúde mental.

Objetivos
Apresentar os resultados da primeira etapa do Projeto Engajadamente: um mapeamento qualitativo sobre como os jovens reconhecem e aplicam sua agência e responsabilidade na promoção da saúde mental e bem-estar da comunidade.

Metodologia
O estudo foi coproduzido por uma equipe de pesquisadores jovens e pesquisadores institucionais. Foram conduzidos 16 grupos focais e 10 entrevistas individuais (N=48), via videoconferência, entre novembro e dezembro de 2021. Os participantes tinham idade entre 15 e 18 anos, a maioria se identificou com o gênero ‘feminino’ e eram das cinco regiões do Brasil. Cada entrevista (individual ou em grupo focal) foi conduzida por dois pesquisadores, sendo o principal facilitador/entrevistador sempre um jovem pesquisador. As entrevistas foram transcritas e analisadas por meio de uma Análise Temática Reflexiva.

Resultados
Motivação e responsabilidade: há um sentimento de agência para apoiar a saúde mental, seja através de apoio direto ou liderança de iniciativas mais amplas. A escola tem potencial para ser um espaço seguro e adequado para falar sobre saúde mental. Barreiras ao engajamento: a) falta de habilidades fornecer apoio eficaz; b) percepções de que a outra pessoa não está “aberta” a receber ajuda; c) falta de espaços/lugares seguros para falar sobre sua saúde mental; d) sentir-se subestimado por adultos que descartam o potencial dos jovens para promover mudanças significativas; e) estigma de saúde mental; e f) falta de oportunidades atuais de envolvimento (por exemplo, dentro do ambiente escolar).

Conclusões/Considerações
Os jovens brasileiros querem promover a saúde mental. No entanto, encontram barreiras para o exercício da sua agência e responsabilidade. Além de aspectos individuais, essas barreiras envolvem fatores relacionais, comunitários e estruturais mais amplos que afetam o engajamento cívico no ambiente social e político, destacando a relevância de uma compreensão de agência fundamentalmente dependente de elementos coletivos e contextuais.