Sessão Assíncrona


SA12.7 - VIGILÂNCIA E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

38702 - AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO (SINAN): UMA REVISÃO DE ESCOPO
PRISCILA FERNANDA PORTO SCAFF PINTO - ISC/UFBA E CIDACS/FIOCRUZ-BA, CAMILA SILVEIRA SILVA TEIXEIRA - CIDACS/FIOCRUZ-BA, NATHALIA SERNIZON GUIMARÃES - ISC/UFBA E CIDACS/FIOCRUZ-BA, JULIA MOREIRA PESCARINI - LSHTM, LONDRES, REINO UNIDO, POLIANA REBOUÇAS - CIDACS/FIOCRUZ-BA, MAURICIO L BARRETO - ISC/UFBA E CIDACS/FIOCRUZ-BA


Apresentação/Introdução
Os sistemas de informação em saúde permitem analisar a realidade sanitária e planejar intervenções relevantes. O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) é fundamental para o estudo das 48 doenças e agravos de notificação compulsória, porém a evidência científica das dimensões de qualidade do SINAN não é sistematizada.

Objetivos
Compilar a evidência científica sobre as dimensões de qualidade do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), a saber: completitude, cobertura, acessibilidade, consistência, oportunidade, não-duplicidade e confiabilidade.

Metodologia
Revisão de escopo realizada através de busca sistemática em cinco bases eletrônicas de dados: i) PubMed; ii) Embase; iii) LILACS; iv) Scopus e v) SciELO utilizando termos MeSH, Emtree ou DeCS. Foram incluídos estudos originais de abrangência nacional que avaliaram as dimensões de qualidade do SINAN publicados até 13/05/22 e excluídos os estudos de revisão de literatura com ou sem metanálises. A elegibilidade foi verificada em duplicata, com discordâncias solucionadas por um terceiro autor. As variáveis (ano, delineamento, métodos, dimensões avaliadas, principais resultados e limitações) dos estudos selecionados foram extraídas em instrumento desenvolvido e testado pelo grupo (em Excel).

Resultados
Foram selecionados 17 estudos sendo 94,1% (16/17) quantitativos. A maioria (12/17; 70,6%) avaliou doenças infecciosas. Predominaram as dimensões completitude (10/17; 58,8%) e cobertura (5/17; 29,4%). O SINAN apresentou: melhora temporal na completitude exceto para escolaridade e registros de violência; boas coberturas para leishmaniose visceral humana e óbitos por dengue, mas não para HIV em gestantes e óbitos por tuberculose (TB); acessibilidade (disponibilidade gratuita e eletrônica); oportunidade ruim, confiabilidade moderada e elevadas consistência e duplicidade para TB; elevadas inconsistência para hepatites virais por acidentes de trabalho e oportunidade para doença meningocócica.

Conclusões/Considerações
Apesar de acessível, o SINAN carece de avaliações qualitativas e das dimensões clareza metodológica e validade. As evidências disponíveis se restringem a um pequeno número de doenças e agravos. É preciso aperfeiçoar a completitude, cobertura, e não-duplicidade do SINAN, para fornecer informações mais robustas que possibilitem melhor vigilância, controle e tomada de decisão frente às doenças e agravos de notificação compulsória no Brasil.