Sessão Assíncrona


SA12.6 - EPIDEMIOLOGIA, DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS E SAÚDE (TODOS OS DIAS)

39227 - TENDÊNCIA DAS TAXAS DA MORTALIDADE INFANTIL E DA DESIGUALDADE SOCIAL NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ENTRE 2006 E 2019
KATIA CRISTINA BASSICHETTO - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO, MARGARIDA MARIA DE AZEVEDO TENÓRIO LIRA - PROJETO TEMÁTICO "DESIGUALDADES SOCIAIS EM SAÚDE NOS MUNICÍPIOS SEDES DE DUAS METRÓPOLES PAULISTAS: MENSURAÇÃO, MONITORAMENTO E ANÁLISES"., EDIGE FELIPE DE SOUSA SANTOS - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA USP, IVAN ARROYAVE - FACULTAD NACIONAL DE SALUD PÚBLICA-UNIVERSIDAD DE ANTIOQUIA, SAMANTHA HASEGAWA FARIAS - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP, MARILISA BERTI DE AZEVEDO BARROS - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP


Apresentação/Introdução
A taxa de mortalidade infantil (TMI) é utilizada para medir o nível de saúde de uma localidade. Conhecer e enfrentar os determinantes sociais da mortalidade infantil (MI) é fundamental para que sua redução ocorra de forma equitativa. Há evidências na literatura de que o declínio da MI tem sido interrompido e têm persistido as desigualdades em diversos países no mundo e inclusive no Brasil.

Objetivos
Analisar a tendência e a desigualdade socioespacial da MI no município de São Paulo (MSP), entre 2006 e 2019.

Metodologia
Trata-se de estudo ecológico de análise de séries temporais, desenvolvido no MSP e em três estratos de áreas de residência, segundo nível de vulnerabilidade social, a partir do Índice Paulista de Vulnerabilidade Social de 2010. Foram calculadas as TMI, neonatal e pós-neonatal, para cada um dos estratos de vulnerabilidade social (EVS), para cada ano do período e para o primeiro e o último triênios. A tendência temporal foi analisada com o modelo de regressão de Prais-Winsten e foi calculada a Variação Percentual Anual (VPA) das taxas. Como medida de desigualdade utilizou-se as razões de taxas (RT) entre os EVS.

Resultados
Considerando o período todo, a TMI apresentou declínio significativo, de 13,6 óbitos por 1.000 NV em 2006, para 11,2 em 2019 (VPA = -1,37%). O declínio das TMI e de seus componentes, observado entre 2006-2015, foi interrompido em 2015, com o menor valor observado nesse ano (10,9/ 1.000 NV) e houve estagnação das taxas no período subsequente (2016-2019). O declínio do componente pós-neonatal foi superior ao do neonatal nos três EVS, sendo maior no estrato de baixa VS. A desigualdade da MI entre os EVS aumentou significativamente entre os triênios analisados, tendo as RT crescido de 1,36 para 1,48 entre o estrato de alta e baixa VS e, de 1,19 para 1,32 entre o de média e de baixa VS.

Conclusões/Considerações
O estancamento do declínio da TMI em 2015 e o aumento da desigualdade observados apontam para a necessidade de: reformulação das políticas públicas vigentes para reversão desse quadro; monitoramento da tendência e do tamanho das desigualdades sociais; e adoção e reforço de medidas de intervenção direcionadas especialmente à população que vive em áreas de VS, visando avanços na equidade em saúde.