SA12.6 - EPIDEMIOLOGIA, DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS E SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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38761 - MORTE ASSISTIDA NA FOLHA DE SÃO PAULO DEYVISSON PEREIRA DA COSTA - UFMT
Apresentação/Introdução O suicídio diante de um sofrimento insuportável é mais antigo do que se imagina. Desde o Iluminismo, a questão foi atualizada com a participação da imprensa que passou a publicar boletins de mortalidade e também a esmiuçar os casos mais estranhos ou mais chocantes. Recentemente, o debate ganhou novos contornos com a aprovação da eutanásia e do suicídio assistido por diferentes países.
Objetivos Esta pesquisa exploratória teve como objetivo descrever o acontecimento discursivo da morte assistida em notícias publicadas no jornal Folha de São Paulo acerca da eutanásia ao longo de 2021.
Metodologia A atualidade da vida enquanto objeto de saber, alvo de disputas e substância para a estetização de si é a perspectiva orientadora da pesquisa geral em andamento. Especificamente, para investigar como a temática da eutanásia e do suicídio asistido se materializam em notícias, utiliza-se da Análise do Discurso (AD) para descrever as redes de enunciados que se formam a partir das notícias no jornal Folha de São Paulo em 2021. Para tanto, mapeia-se a legalização do suicídio assistido pelos parlamentos e discute-se mais detidamente as notícias que abordam tais alterações legais.
Resultados A eutanásia se define como emprego ou abstenção de procedimento que permitem apresar ou provocar o óbito de um doente incurável. Enquanto a eutanásia não voluntária tem participação médica, no suicídio assistido a ação final é executada pelo paciente. A prática é parcial ou totalmente regulamentada em seis países da Europa Ocidental; em dois países norte-americanos e um país na América Latina: Colômbia. A eutanásia e o suicídio assistido se materializam de noticias em diferentes editorias - internacional, cultura, opinião. Há número considerável de material em janeiro, época em que o parlamento português aprovou a regulamentação da prática no país, privilegiando aspectos jurídicos.
Conclusões/Considerações A vida entrou para a história e para a política quando um conjunto de acontecimentos permitem caracterizar como biopolítica a atualidade onde cuidados assistem aqueles que pretendem se antecipar ao avanço de uma doença incurável. Formas de viver e morrer neoliberais viabilizam uma morte sabida, normatizada, desejável e assistida. Espera-se colaborar para a compreensão dos jogos de poder que circunscrevem modos de vida viáveis ou descartáveis.
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