Sessão Assíncrona


SA12.5 - EPIDEMIOGIA, DOENÇAS NÃO TRANSMISSÍVEIS E SAÚDE (TODOS OS DIAS)

43373 - AVALIAÇÃO DA CARGA DE DOENÇAS E AGRAVOS ATRIBUÍVEIS AO EXCESSO DE PESO NA POPULAÇÃO BRASILEIRA: ATUALIZAÇÃO DAS ESTIMATIVAS DO GBD EM 2019
LUANE PINHEIRO ROCHA - UFMG, ÍSIS ELOAH MACHADO - UFOP, ALINE SIQUEIRA FOGAL VEGI - UFOP, GUSTAVO VELÁSQUEZ-MELÉNDEZ - UFMG, DEBORAH CARVALHO MALTA - UFMG, MARIANA SANTOS FELISBINO-MENDES - UFMG


Apresentação/Introdução
O excesso de peso é considerado um fator de risco intermediário que está relacionado ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Estimativas recentes mostram uma tendência de crescimento desse fator de risco (FR) na população. Atualizar as estimativas de carga de doença atribuídas ao IMC elevado contribui para a vigilância e monitoramento das DCNT na população brasileira.

Objetivos
Estimar a carga global de doenças atribuídas ao IMC elevado na população brasileira em 2019.

Metodologia
Trata-se de estudo epidemiológico ecológico de série temporal para análise da carga de doença atribuível ao IMC elevado desde 1990 a 2019. Foram utilizados os dados estimados para o Brasil usando o estudo Global Burden of Disease (GBD) 2019, provenientes do Institute of Health Metrics and Evaluation (IHME). Foram analisadas mortes, anos de vida vividos com incapacidade (YLDs) e anos de vida perdidos ajustados por incapacidade (DALYs) decorrentes das DCNT para quais o IMC elevado é por meio de evidências reconhecido como um FR. A carga foi obtida pela fração atribuível populacional do FR para cada DCNT, considerando como referência o valor teórico mínimo de risco (IMC entre 20-25 kg/m²).

Resultados
Em 2019, o IMC elevado causou apresentou taxa de DALYS de 5.817.938,71/100.000, taxa de YLDs de 1.592.243,31/100.000 e taxa de mortalidade de 177.939,70/100.000 por DCNTs no Brasil. Observou-se uma redução na carga de doenças cardiovasculares atribuídas ao IMC elevado no período de 1990 a 2019 (DALYs de 1.611,65 para 1.108,93/100.000 e mortes de 58,48 para 41,79/100.000. Houve aumento da taxa de YLD atribuível ao IMC elevado para alguns grupos de DNCT, sendo eles o diabetes mellitus (de 205,58 para 318,58/100.000), distúrbios musculoesqueléticos (de 72,39 para 122,01/100.000) e doença renal crônica (de 0,10 para 39,64/100.000).

Conclusões/Considerações
O estudo revelou altas taxas da carga de DCNT atribuível ao IMC elevado, principalmente de YLDs para a diabetes mellitus, distúrbios musculoesqueléticos e doença renal crônica. O monitoramento da carga de doenças de fatores de risco comportamentais atribuíveis a DCNTs pode subsidiar discussões sobre necessidades específicas de ações de promoção da saúde.