SA12.5 - EPIDEMIOGIA, DOENÇAS NÃO TRANSMISSÍVEIS E SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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39295 - IMPACTO DA SOBRETAXA SOBRE O CONSUMO DIÁRIO DE BEBIDAS ADOÇADAS E SOBRE A PREVALÊNCIA DE DOENÇAS CRÔNICAS NÃO-TRANSMISSÍVEIS NO BRASIL LEONARDO POZZA DOS SANTOS - UFPEL, DENISE PETRUCCI GIGANTE - UFPEL, MONICA CATTAFESTA - UFES, AUBERTH HENRIK VENSON - UEL, LARISSA BARBOSA CARDOSO - UFG, RENATA MORAES BIELEMANN - UFPEL
Apresentação/Introdução As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são a principal causa de morte no Brasil e no mundo. O consumo de bebidas adoçadas (BA) é um dos principais fatores comportamentais associado ao surgimento de tais doenças, sobretudo em países de média e baixa renda. Tal relação tem levado à adoção de medidas de saúde pública, como a sobretaxa de BA, visando reduzir a carga das DCNT na população.
Objetivos Objetivou-se calcular a fração de DCNT atribuível ao consumo de BA na população brasileira e analisar o impacto de uma sobretaxa para as BA no consumo diário de tais bebidas, bem como sobre o número de casos de DCNT.
Metodologia Calculou-se a fração de DCNT atribuível ao consumo de BA na população brasileira, considerando os riscos relativos do consumo dessas bebidas para obesidade, diabetes mellitus tipo 2 (DM2), doença coronariana e AVC, além da prevalência de consumo diário de BA, obtida a partir dos dados da POF de 2017-2018. O número de casos e a prevalência de cada doença analisada foram obtidos a partir dos dados da PNS de 2019. Para cálculo da relação entre sobretaxa e consumo de BA, considerou-se a elasticidade-preço da demanda por BA, que avalia a variação percentual na demanda de um produto em relação a variação percentual em seu preço. Para isso, utilizou-se o modelo Quadratic Almost Ideal Demand System.
Resultados A obesidade foi a doença mais frequente (21,8%), seguida pela DM2 (8,5%), doenças coronarianas (5,5%) e pelo AVC (2,0%). Já a prevalência de consumo diário de uma ou mais porções de BA foi de 6,1%. Do total de casos de obesidade, DM2, doenças coronarianas e AVC, mais de 570 mil foram atribuídos ao consumo de BA. Cálculo da elasticidade-preço de demanda evidenciou que aumento de 10% no preço dessas bebidas reduziria o consumo em 14%, resultando em diminuição na prevalência de consumo diário de 6,1% para 5,2%, o que significaria mais de 1,2 milhão de pessoas deixando de consumir BA diariamente. Tal fato reduziria em cerca de 80 mil o número de casos das DCNT atribuíveis ao consumo de BA.
Conclusões/Considerações O consumo diário de BA tem impacto importante no número de casos de DCNT no Brasil e uma sobretaxa destas bebidas pode ser estratégia importante para diminuir a carga de tais doenças, melhorando a saúde e o bem-estar da população brasileira.
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