Sessão Assíncrona


SA12.5 - EPIDEMIOGIA, DOENÇAS NÃO TRANSMISSÍVEIS E SAÚDE (TODOS OS DIAS)

38822 - DIAGNÓSTICO EPIDEMIOLÓGICO E ASSISTENCIAL DO CÂNCER INFANTOJUVENIL NO BRASIL
MICHELE GONÇALVES DA COSTA - INSTITUTO DESIDERATA, CAROLINA STEINHAUSER MOTTA - INSTITUTO DESIDERATA


Apresentação/Introdução
O Panorama de Oncologia Pediátrica é uma ferramenta elaborada e publicada bienalmente com dados sobre o câncer infantojuvenil no Brasil. Com o instrumento assumimos o compromisso de contribuir para a divulgação e transparência da informação, entendendo seu valor tanto no cotidiano do serviço, permitindo a revisão de práticas assistenciais, como no planejamento de políticas e ações estratégicas.

Objetivos
O objetivo deste trabalho é apresentar os principais resultados do Panorama de Oncologia Pediátrica do Brasil. O material reúne dados sobre incidência, mortalidade e acesso ao tratamento do câncer infantojuvenil no país.

Metodologia
Trata-se de um trabalho de caráter descritivo, transversal, documental com abordagem quantitativa. As análises foram realizadas com os dados mais atuais disponibilizados nos bancos de dados sobre mortalidade, estabelecimento de saúde, dados populacionais e registros de câncer de base hospitalar e populacional. As informações dos Estados Unidos foram coletadas do National Center for Health Statistics. As taxas de mortalidade foram ajustadas por idade, pelo método direto, usando como referência a população padrão mundial. As informações analisadas são até o ano de 2019, extraídas dos bancos de dados no primeiro semestre de 2021 e tabulados no software Excel.

Resultados
Nas últimas décadas a mortalidade por câncer infantojuvenil se mantém estagnada, em 2000 a taxa era de 43 óbitos por milhão, em 2019 de 42 óbitos por milhão de crianças e adolescentes. Na análise por faixa etária, a mortalidade é mais elevada no grupo de 15 a 19 anos (51/milhão). Os adolescentes também são os que mais foram tratados em hospitais sem habilitação em oncologia pediátrica (43%). Na mortalidade estratificada por raça/cor, as taxas são mais altas entre indígenas (68/milhão). O deslocamento de usuários em busca de assistência em outros estados é maior nas regiões Norte e Centro-Oeste, territórios que possuem o menor número de serviços e médicos habilitados em oncologia pediátrica.

Conclusões/Considerações
Em um país com dimensões continentais como o Brasil é fundamental a compreensão do cenário epidemiológico do câncer infantojuvenil a partir dos marcadores sociais da diferença. A produção e divulgação de informações em saúde considerando faixa-etária, raça-cor e território são subsídios primordiais na formulação e garantia de políticas públicas equânimes que oferecem maiores chances de cura para todas as crianças e adolescentes.