Sessão Assíncrona


SA12.4 - EPIDEMIOLOGIA, VIOLÊNCIA E SAÚDE (TODOS OS DIAS)

43032 - VIOLÊNCIA CONTRA AS CRIANÇAS: AS CARACTERÍSTICAS DAS VÍTIMAS E DOS AUTORES DE VIOLÊNCIA NO ESTADO DE SANTA CATARINA- BRASIL
MARIANA PEREIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA- UFSC., FERNANDA CORNELIUS LANGE - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA- UFSC., CAROLINA DE CARVALHO BOLSONI - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA- UFSC., SHEILA RUBIA LINDNER - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA- UFSC.


Apresentação/Introdução
No Brasil, a violência contra a criança é um problema de saúde pública, considerado um agravo à saúde pelo Ministério da Saúde. Nessa direção, esta pesquisa se propõe a traçar o perfil desse agravo à saúde em Santa Catarina, Brasil, de modo a sistematizar informações que contribuam para a construção de estratégias para o desenvolvimento de políticas públicas com foco no seu enfrentamento.

Objetivos
Descrever as características das violências sofridas pelas crianças e dos prováveis autores através das notificações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do ano de 2009 a 2016 no estado de Santa Catarina-Brasil.

Metodologia
Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, retrospectivo, descritivo e com dados secundários. As variáveis em relação as características das crianças, das violências, dos locais, dos meios de agressão e dos prováveis autores foram selecionadas com base nas fichas de notificação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). As variáveis foram submetidas a análise estatística descritiva, através de frequência simples e proporção (%), foi estratificado por faixa etária (0-11 meses e 29 dias; 1-5 anos, 11 meses e 29 dias; 6-9 anos, 11 meses e 29 dias) e realizado os intervalos de confiança (IC95%).

Resultados
Os dados de 8.248 notificações, identificaram que as crianças que sofreram violência foram predominantemente de 1 a 5 anos incompletos (47,7%) e de cor de pele branca (87,5%). O local de maior ocorrência das violências foi a zona urbana (94,1%) e a residência/habitação coletiva (69,1%). Referente ao tipo de violência, a negligência/abandono (62,8%), foi a que mais acometeu as crianças. O meio de agressão mais utilizados foi a força (19,3%). Observou-se a ocorrência de repetição (30,8%) de situações de violência. Referente aos autores da violência, as mulheres representam (39,1%) e os homens (36,5%), identificou-se que a mãe foi a principal agressora (60,2%), seguido pelo pai (33,7%).

Conclusões/Considerações
Com o perfil epidemiológico da vítima e do agressor delineados, será possível identificar precocemente os fatores de risco e, desta maneira, evitar que novas situações de violência contra criança ocorram. Os resultados apresentados nesse estudo reafirmam a importância de políticas públicas de enfrentamento e de fortalecimento das ações de prevenção das violências, que envolvam intervenções plurais, interdisciplinares e intersetoriais.