SA12.4 - EPIDEMIOLOGIA, VIOLÊNCIA E SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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41010 - ENTRE O DIGITAL E O PRESENCIAL: AS ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO DIGITAL À VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES SUELY FERREIRA DESLANDES - FIOCRUZ, TIAGO COUTINHO - FIOCRUZ
Apresentação/Introdução A sociabilidade digital contemporânea permitiu novos possibilidades de trocas, sejam comerciais, informacionais, cognitivas, afetivo-sexuais e de ativismo político, mas também constitui um espaço de violências, sendo crianças, adolescentes e jovens especialmente vulneráveis. Contudo, a internet também é um espaço de defesa de direitos e ativismos contra a violência.
Objetivos Analisar as principais estratégias empregadas no espaço digital para a prevenção das violências, as concepções desses atores sobre a ambiência digital e sobre a participação de crianças e adolescentes nos espaços interacionais online.
Metodologia Foram realizadas 11 entrevistas com roteiro semiestruturadas com representantes de 9 Instituições destacadas no ativismo contra a violência em ambientes digitais e internet segura (Safernet; DimiCuida; Instituto Vero; Instituto Alana; Rede Não Bata, Eduque; InternetLab, Tamo Juntas, International Plan; Marias da Internet). As entrevistas foram feitas pelas plataformas Zoom e Google Meet, no ano de 2021, transcritas no formato Word e codificadas com o apoio do programa Atlas Ti. Dois eixos discursivos (Concepções sobre o Digital e Estratégias de Atuação) foram examinados pela ótica da Análise Temática.
Resultados As entrevistas indicam que a conversão das ações presenciais para a interface digital tem sido um desafio para os profissionais. É consenso que o alcance das ações aumentou ao migrarem para os ambientes digitais. Os materiais de divulgação que disseminam nos espaços digitais se caracterizam por não explorarem os recursos técnicos disponíveis nas diferentes plataformas. Ocupam diversas redes sociais, mas em geral observa-se pouco investimento em mecanismos de engajamento. A principal estratégia tem sido promover o protagonismo da criança e adolescentes, incentivando-as a criarem conteúdos digitais apropriados cultural e geracionalmente, reconhecendo-lhes suas experiências e “lugar de fala”.
Conclusões/Considerações O que este material traz de novo para a reflexão é que não é possível pensar em estratégias de prevenção digital sem levar em consideração o papel decisivo desta rede sociotécnica na transmissão das mensagens. Na prevenção às violências em ambiente digital não basta falar apenas do tema, é preciso debater o próprio funcionamento da internet e seus artifícios de comunicação, dominando os códigos dessa cultura digital.
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